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Carlos Alexandre questiona sorteio do juiz da “Operação Marquês”

17 out, 2018 - 14:51

Se forem entregues processos consecutivos a um determinado juiz, “a aleatoriedade do sistema pode alterar-se significativamente, em poucos dias”, disse Carlos Alexandre, à RTP.

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O juiz Carlos Alexandre diz que a atribuição da fase de instrução da “Operação Marquês” ao seu colega Ivo Rosa pode ter sido influenciada pelo número de processos atualmente entregues a cada um dos juízes.

“Há uma aleatoriedade que pode ser maior ou menor consoante o número de processos que existem entre mais do que um juiz”, disse Carlos Alexandre, numa entrevista à RTP que será transmitida esta quarta-feira à noite.

O juiz responsável na fase de inquérito da chamada “Operação Marquês” acrescentou que, se forem entregues processos consecutivos a um determinado juiz, “a aleatoriedade do sistema pode alterar-se significativamente, em poucos dias”.

Carlos Alexandre critica, também, a forma como foi feita a distribuição dos dossiers com as provas: “No dia em que eu faltei, foi distribuída uma parte de determinado processo”.

Carlos Alexandre afirma que nunca receberia um processo incompleto e que tal nunca aconteceu no Tribunal Central de Instrução Criminal nos últimos 20 anos.

Em causa está o sorteio realizado no dia 28 de setembro nas instalações do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, no qual ficou decidido, através de um sorteio informático, que seria Ivo Rosa a liderar a fase de instrução da “Operação Marquês”, que envolve, entre outros nomes, o do ex-primeiro-ministro José Sócrates.

Carlos Alexandre pediu um dia de folga para não estar presente.

A Renascença já pediu uma reação ao Conselho Superior da Magistratura (CSM).

Comentários
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  • João Lopes
    18 out, 2018 Viseu 09:16
    É importante que também as pessoas que trabalham na Justiça sejam competentes, corajosas e honestas, porque como escreveu Agostinho de Hipona (354-430): «Um Estado que não se regesse segundo a justiça reduzir-se-ia a um grande bando de ladrões».

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