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Sintra. Incêndio combatido por mais de 600 operacionais

06 out, 2018 - 23:45 • Carlos Calaveiras

Fogo começou às 22h50 deste sábado e já avançou para o concelho de Cascais. Dois bombeiros ficaram feridos sem gravidade, houve 47 evacuações preventivas e o vento foi o maior inimigo com rajadas a rondar os 100 quilómetros/hora.

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Um incêndio de grandes proporções começou numa zona de mato junto ao Convento da Peninha, em Sintra. O fogo deflagrou por volta das 22h50, estando a ser combatido por 678 bombeiros, apoiados por 197 veículos e quatro máquinas de rasto.

Num briefing realizado, já depois das 4h00, na Câmara Municipal de Cascais, André Fernandes, comandante distrital de Lisboa da Proteção Civil, confirma que "dois bombeiros ficaram feridos sem gravidade", que foram realizadas "47 evacuações preventivas" e que as chamas atingiram "uma casa de habitação" e alguns anexos na zona de Biscaia.

O vento soprou muito forte, já mudou de direção várias vezes e chegou a atingir "rajadas de 100 quilómetros/hora". O fogo avançou no concelho de Cascais e foram evacuadas, pelo menos, as localidades de Biscaia, Figueira do Guincho, Almoinhas Velhas e Charneca. Também os parque de campismos de Areia e Guincho e alguns centros hípicos foram evacuados.

Os residentes dessas casas foram transportados para a Malveira da Serra e para o pavilhão do Dramático de Cascais, segundo Paulo Santos, da Proteção Civil. "O incêndio avança para sul influenciado pelo vento, fortíssimo, tendo duas frentes, uma em direção ao Guincho e outra virada para a Malveira da Serra", acrescentou.

As autoridades esperam que nas próximas horas seja possível utilizar "meios aéreos pesados", com o apoio de "dois pelotões militares" para ajudar na consolidação do perímetro.

Houve reforço de operacionais vindos de Santarém, Setúbal e Leiria e também um grupo da Força Especial de Bombeiros no combate às chamas.

O autarca de Cascais deixou uma palavra "de serenidade e reconhecimento às populações" afetadas pelas chamas, garantindo todo o apoio necessário; deixou outra palavra a todos "os operacionais que ainda estão no terreno". Carlos Carreiras espera "que a noite possa ser mais serena a partir de agora" e que o vento, que "tem sido o grande inimigo pela intensidade e pelas mudanças de direção", possa amainar.

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, esteve no local e, em declarações à Renascença, disse que sente "uma tristeza profunda e uma indignação sem limites".

"Isto acontecer à noite sem meios aéreos é uma coisa inacreditável, é um enorme desgosto", referiu.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já esteve na câmara de Sintra a acompanhar a situação, confirma Basílio Horta, e está em contacto com o autarca de Cascais. Também o ministro da Administração Interna está a acompanhar o fogo em "contacto permanente com o comandante nacional".

Ao início da noite o presidente da câmara de Cascais tinha recomendado "à população para não ir para aquela zona". "Agora é termos confiança na competência e capacidade nos bombeiros".

Carlos Carreiras afirmou ainda à Lusa que não existe registo de casas ardidas, vítimas mortais ou feridos.

O fogo partiu-se em duas frentes, "a que está no lado de Cascais está na zona do Abano", acrescentou.

A zona do convento da Peninha situa-se no perímetro do Parque Natural de Sintra-Cascais.

A página da Autoridade Nacional da Proteção Civil confirmava a existência de 29 incêndios às 23h30.

[atualizado às 05h03]

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  • a
    07 out, 2018 portugal 09:36
    Está na hora destes governantes não eleitos pelo povo irem dar uma boa curva.....
  • JOSE MANUEL
    07 out, 2018 GUIMARAES 01:18
    Não tenho qualquer duvida de que é um incendeio com mão criminosa. Isto, tendo em consideração o clima não quente que justifique que pelas 22:50 horas aconteça mais uma tragédia. Por onde anda a Polícia?

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