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Eleições no Brasil

São 13. Conheça os candidatos às eleições presidenciais

03 out, 2018 - 16:00 • Cristina Nascimento

Primeira volta da corrida ao Palácio do Planalto está marcada para 7 de outubro.

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Ciro Gomes (Partido Democrático Trabalhista)

Nasceu a 6.11.1957. É advogado e professor universitário. É também vice-presidente do Partido Democrático Trabalhista.

Foi ministro das Finanças entre 1994 e 1995 (Governo de Itamar Franco) e ministro da Interação Nacional entre 2003 e 2006 (Governo liderado por Lula da Silva).

Foi prefeito de Fortaleza em 1989. Exerceu o cargo durante apenas 15 meses, pois decidiu candidatar-se ao Governo do Estado do Ceará. Nesses 15 meses, colocou em funcionamento os serviços de limpeza e manutenção viária, de saúde e educação, além de pagar em dia o salário dos mais de 20 mil funcionários da cidade.

Em 1990 foi eleito Governador do Ceará.

Ciro, ao deixar o Governo do Estado do Ceará, recusou a pensão de governador vitalícia a que tinha direito. Já havia recusado também a pensão vitalícia de ex-prefeito de Fortaleza, combinando a negação de duas aposentadorias vitalícias

Ao longo da sua vida pública, Ciro Gomes já teceu críticas a Lula da Silva, Dilma Roussef, Michel Temer, entre outros. Nos tribunais brasileiros correm vários processos por danos morais contra ele, alguns deles envolvendo Jair Bolsonaro, outro candidato às eleições presidenciais.

Foi comentador desportivo da Rádio Educadora do Nordeste. É adepto do clube Guarany de Sobral.

Fernando Haddad (Partido dos Trabalhadores)

Nasceu a 25.1.1963. É advogado e professor universitário. Tem raízes libanesas. O seu pai emigrou para o Brasil em 1947 e a sua mãe já nasceu no Brasil, filha de libaneses.

Foi escolhido pelo Partido dos Trabalhadores para ser candidato às eleições presidenciais, depois do Tribunal Superior Eleitoral ter chumbado a candidatura de Lula da Silva. Haddad está na corrida eleitoral mesmo depois de, em setembro de 2018, ter sido formalmente acusado pelo Ministério Público de São Paulo dos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e associação criminosa.

Foi ministro da Educação de 2005 a 2012, nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Enquanto ministro da Educação, Haddad foi o responsável pela implementação do Programa Universidade para Todos, que prevê a concessão de bolsas de estudo em universidades privadas para estudantes com poucos recursos económicos. Foi também durante o seu mandato que foi alargada a obrigatoriedade do ensino entre os 4 e os 17 anos.

Foi também presidente da Câmara de São Paulo, entre 2013 e 2016. Uma das suas bandeiras de gestão é a questão da mobilidade. Haddad implementou vários projetos para dar prioridade ao transporte coletivo, bicicletas e outros meios de transporte que não o individual motorizado. Em 2018, Haddad e três outras pessoas foram acusadas de improbidade administrativa por irregularidades na construção da ciclovia Ceagesp-Ibirapuera.

Uma das polémicas em que Haddad se viu envolvido está relacionado com o alegado uso de aviões da Força Aérea Brasileira para seu transporte pessoal e da família. De acordo com o jornal “Folha de São Paulo”, entre 2010 e 2011, Haddad fez 129 voos entre Brasília e São Paulo, o que dá uma média de uma viagem de ida e volta por semana.

Toca guitarra e é escritor com cinco livros já publicados.

Haddad. O candidato que faz de Lula nas eleições brasileiras
Haddad. O candidato que faz de Lula nas eleições brasileiras

Jair Bolsonaro (Partido Social Liberal)

Nasceu a 21.3.1955. Capitão já na reserva, depois de 17 anos ao serviço do Exército brasileiro (1971 – 1988).

Em 1986, esteve preso durante 15 dias depois de defender publicamente que os salários praticados na vida militar são baixos e que seria essa a razão de saída de dezenas de cadetes.

Em 1988 entrou na vida política como vereador municipal no Rio de Janeiro. Dois anos mais tarde, conseguiu ser eleito deputado federal, reeleição que alcançou durante mais quatro mandatos sucessivos.

Bolsonaro é considerado uma figura controversa, fruto de várias declarações públicas sobre mulheres, homossexualidade, tortura e a ditadura.

O candidato presidencial defende, por exemplo, que mulheres e homens não devem receber o mesmo salário.

Sobre homossexualidade, Bolsonaro acredita que uma casa pode desvalorizar se houver vizinhos gay ou que é admissível bater a um filho que dê sinais de homossexualidade.

Bolsonaro admite ainda a utilização da tortura em casos de tráfico de droga e sequestro, bem como a execução sumária em casos de crime premeditado.

No que diz respeito à ditadura, Bolsonaro considera que o tempo da ditadura militar no Brasil (1964 – 1985) foi uma época gloriosa da história do pais.

#EleSim ou #EleNão? Bolsonaro, o mais polémico dos candidatos brasileiros
#EleSim ou #EleNão? Bolsonaro, o mais polémico dos candidatos brasileiros

Marina Silva (REDE)

Nasceu a 8.2.1958. Licenciada em História, é professora e ambientalista. Oriunda de uma família numerosa e com poucos recursos, Marina Silva teve vários problemas de saúde (malária, contaminação por mercúrio e leishmaniose). Foi analfabeta até aos 16 anos, idade com que frequentou o projeto de alfabetização do regime militar.

É a terceira vez que se candidata à Presidência. Foi ministra do Ambiente entre 2003 e 2008. Enquanto ministra, Marina conseguiu que as viabilidades ambientais dos projetos de hidroelétricas passassem por uma avaliação mais minuciosa, antes da sua concessão. O Ministério do Meio Ambiente também passou a ter participação durante a licitação para exploração de petróleo. Marina Silva já disse publicamente que o seu maior feito como titular da pata do Ambiente foi o combate e queda da desflorestação da Amazónia.

A atuação de Marina pela preservação do meio ambiente recebeu reconhecimento internacional, tendo recebido vários prémios, entre os quais, em 2207, recebeu a distinção “Champions of the Earth" da ONU, pela sua luta para proteger a floresta amazónica.

Guilherme Boulos (Partido Socialismo e Liberdade – PSOL)

Nasceu a 19.6.1982. É o mais jovem candidato às eleições presidenciais. É psicanalista e membro da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Teto.

É considerado um dos principais líderes de esquerda do Brasil.

Ficou conhecido em 2003 quando participou da coordenação da ocupação de um terreno da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (são Paulo).

É algumas vezes criticado por não ter qualquer experiência como deputado. Aos críticos Boulos responde: “Política se faz nas ruas e junto com o povo. É o que eu tenho feito nos últimos 16 anos da minha vida”.

Vera Lúcia (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU)

Nasceu a 12 de setembro de 1967. Licenciada em Ciências Sociais é uma das fundadoras do PSTU. Foi candidata a deputada federal e três vezes candidata à presidência da Câmara de Aracaju (estado de Sergipe), mas nunca venceu uma eleição.

Começou a trabalhar aos 14 anos. Foi empregada de mesa, datilógrafa e escrituária. Aos 19 anos, Vera passou a trabalhar numa fábrica de calçado. Nessa altura entrou para o movimento sindicalista.

Em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, Vera Lucia defendeu uma revolução operária.

Numa outra entrevista, Vera Lucia considerou também que o foco da esquerda não deveria ser a campanha pró-libertação de Lula, e sim "os mais de 20 milhões de desempregados, os 16 milhões que passam fome, os mais de seis milhões que não têm uma casa para morar".

Defende também a nacionalização de universidades e hospitais privados e de bancos.

Álvaro Dias (Podemos)

Nasceu a 7 de dezembro de 1944. É historiador e professor. É atualmente senador da República Federativa do Brasil, representando o Estado do Paraná, depois de já ter cumprido vários mandatos como deputado estadual e federal. Foi também governador do Paraná, cargo para o qual foi eleito em 1986.

No lançamento da sua candidatura à presidência, Álvaro Dias prometeu “refundar” a República e romper com o modelo político atual, que classifica como um balcão de negócios.

Antes de 2018, Álvaro Dias tentou por duas vezes ser candidato à presidência do Brasil, mas, por questões partidárias, nenhuma dessas tentativas foi viabilizada.

Na sua juventude, Álvaro Dias foi radialista em Maringá.

Henrique Meirelles (Movimento Democrático Brasileiro – MDB)

Nasceu a 31 de agosto de 1945. É um executivo da área financeira, considerado uma das figuras mais respeitadas do setor. Desempenhou vários cargos executivos em diversas instituições financeiras.

Foi governador do Banco Central do Brasil entre 2003 e 2010, por indicação de Lula da Silva. Meirelles foi quem desempenhou este cargo por mais tempo. Em 2016, foi ministro da Fazenda, no Governo de Michel Temer.

Meirelles começou a dar nas vistas na sua juventude, marcada por atuações públicas, quando fez parte do movimento estudantil do estado de Goiânia e liderou greves contra o preço dos transportes públicos e do material escolar.

Meirelles é considerado inquieto e viciado em trabalho. Goza da fama de dormir apenas cinco horas por noite e realizar reuniões a horas tardias.

Geraldo Alckmin (Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB)

Nasceu a 7 de novembro de 1952. É médico. Quando tinha apenas 24 anos, foi eleito presidente da Câmara de Pindamonhangaba (estado de São Paulo), sua cidade natal. É um dos fundadores do PSDB.

Desempenhou vários cargos como deputado estadual e federal. Foi Governador de São Paulo desde 2011 até 2018, quando renunciou ao cargo para se candidatar às eleições presidenciais brasileiras.

Esta é a segunda vez que se candidata à presidência do Brasil.

É conhecido como “Picolé de Chuchu”, alcunha dada por um colunista em 2002, quando Alckmin era candidato a governador de São Paulo. O colunista criticava “Picolé de Chuchu” pela sua falta de carisma.

Cabo Daciolo (Patriota)

Nasceu a 30 de março de 1976. É bombeiro.

Daciolo ganhou notoriedade em 2011, quando foi um dos principais rostos da greve dos bombeiros no Rio de Janeiro. Na altura, os grevistas ocuparam o quartel. Daciolo foi preso e esteve nove dias detido, por incitação à greve.

Em 2014, Cabo Daciolo foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), mas no ano seguinte viria a ser expulso do partido devido ao seu envolvimento em várias polémicas. Por exemplo, defendeu a libertação de doze polícias acusados de participar da tortura e morte do pedreiro Amarildo Dias de Souza. Daciolo propôs ainda uma emenda constitucional. Queria alterar o primeiro parágrafo da Constituição Brasileira de "todo poder emana do povo" para "todo poder emana de Deus", o que, segundo o PSOL, fere o estado laico.

João Amoêdo (Novo)

Nasceu a 22 de outubro de 1962. É engenheiro e administrador de empresas. Tirou as duas licenciaturas em simultâneo, tendo terminado ambas com 22 anos. No entanto, acabou por fazer carreira como banqueiro.

Na política, nunca desempenhou num cargo político. Em 2011, foi um dos principais fundadores do Partido Novo (2011). Foi presidente do partido até ter deixado o cargo para se lançar na candidatura presidencial.

Em termos económicos defende um mercado livre por entender que é o ambiente de negócios que funciona melhor para todos.

Amoêdo é triatleta: já completou seis ironmans e mais de 10 maratonas.

João Goulart Filho (Partido Pátria Livre - PPL)

Nasceu a 22 de janeiro de 1956. Formado em Filosofia, é filho do antigo Presidente da República João Goulart. Viveu a sua infância e adolescência com a família exilada no Uruguai, depois do pai ter sido deposto, em 1964.

Voltou ao Brasil em 1979, ano em que fundou o Partido Democrático Brasileiro (PDB), partido pelo qual foi eleito deputado estadual, em 1982.

Deixou o PDB em 2017 e ingressou no PPL, um partido pequeno e sem representatividade no Congresso Nacional.

José Maria Eymael (Democracia Cristã - DC)

Nasceu a 2 de novembro de 1939. É advogado e empresário. É a quinta vez que concorre à Presidência da República.

Fundador e atual presidente do partido Democracia Cristã.

Já foi deputado federal por dois mandatos.

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