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Segurança rodoviária. Jorge Jacob é "o homem certo no lugar certo"

28 ago, 2018 - 10:34

Presidentes do ACP e da Prevenção Rodoviária reagem à notícia da Renascença sobre a substituição da liderança da Associação Nacional de Segurança Rodoviária e destacam a falta de meios do organismo.

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O presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP) diz-se surpreendido com a saída de Jorge Jacob da presidência da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e elogia o trabalho feito ao longo dos cinco anos.

“Foi um homem que toda a vida se dedicou à causa pública, que se dedicou toda a vida à mobilidade, um excelente profissional, um homem a quem nunca deram os meios” para trabalhar, começa por dizer Carlos Barbosa.

“Só para ter uma ideia, hoje há milhares de multas por mandar para casa porque ele não tem meios para as poder mandar”, aponta à Renascença.

“Portanto, tenho muita pena que ele não continue, porque ele é um homem sabedor, que sabe o que está a fazer e é o homem certo no lugar certo”, conclui.

Carlos Barbosa lembra que foi o atual primeiro-ministro, António Costa, que, quando era ministro da Administração Interna, “acabou com a Direção-geral de Viação e criou o IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] e a ANSR”, mas que nunca deu meios para que a associação funcionasse.

“A falta de meios já a conhecemos com as famosas cativações. Se não há dinheiro para os hospitais, obviamente também não haverá dinheiro para ter mais pessoas na Segurança Rodoviária. É de lamentar, porque no fundo há uma grande permissividade aos condutores, que fazem as asneiras que fazem, são apanhados e depois não são castigados, porque não há pessoal para lhes mandar as multas para casa nem para poder fazer as cassações de carta, porque não têm capacidade para o número de multas e de infrações que existe”, critica.

“Foi uma coisa por que o Jacob sempre lutou, para ter mais pessoas, e nunca lhe deram”, reforça.

José Miguel Trigoso, dirigente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, concorda: “A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária tem tido muitíssimas dificuldades nos últimos tempos”.

“Até há relativamente pouco tempo, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária não tinha um tostão, por exemplo, para pagar aos Correios as notificações necessárias na sequência dos processos de contraordenação e outros problemas desse tipo”, exemplifica.

O presidente da Prevenção Rodoviária considera, contudo, que tais dificuldades não decorrem “de algum tipo de trabalho desadequado da parte do engenheiro Jorge Jacob – basta ver a capacidade que a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária tem tido, por exemplo, para responder às necessidades no que diz respeito ao tratamento e decisão sobre as contraordenações, por défice de meios que tem à sua disposição”.

Quanto ao futuro presidente da ANSR, Carlos Barbosa (ACP) não se adianta. “Deve ser alguém do Partido Socialista, mas não faço a mínima ideia”.

O impasse na Autoridade de Segurança Rodoviária está a ter efeitos na forma como o organismo funciona. Sinal disso é o facto de ainda não terem saído do papel as medidas prometidas pelo Governo para o primeiro semestre deste ano no sentido de combater a sinistralidade, que se agravou nos últimos meses.


[Notícia atualizada às 12h30 com as declarações à Renascença de José Miguel Trigoso]

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