28 ago, 2018 - 18:44 • Paulo Leitão
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital pede a ajuda do Governo para travar o fenómeno da regeneração natural do eucalipto nas zonas afetadas pelos incêndios de 15 de outubro do ano passado.
Reportando o caso concreto de Oliveira do Hospital, em que o fogo consumiu 97% da área florestal do concelho, José Carlos Alexandrino adianta à Renascença que esta espécie se transformou numa “autêntica invasora e todo o território está agora invadido por muitos milhares de eucaliptos, que formam autênticas selvas”.
Frisando que a sua posição não representa nenhum tipo de “atitude fundamentalista contra o eucalipto”, o autarca eleito pelo PS sustenta, no entanto, que se, não for “definida rapidamente uma estratégia nacional, não há dúvidas de que, num futuro próximo, vamos ter aqui autênticos barris de pólvora em matéria de risco de incêndio rural”.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital alerta que, se os pequenos eucaliptos não “começarem a ser retirados dos terrenos, passaremos a ter povoamentos com cada vez mais material combustível e elevado risco de incêndio".
O autarca defende que o reordenamento florestal tem que ser, efetivamente, um desígnio nacional e observa que as próximas gerações "não nos perdoarão se desperdiçarmos esta oportunidade que o país tem para fazer uma verdadeira reforma florestal”.
José Carlos Alexandrino salienta também que sempre protestou junto do Instituto de Conservação da Natureza (ICNF) contra a proliferação do eucalipto no concelho, mas sublinha que, agora, o problema “é termos muitos e muitos milhares de eucaliptos a nascerem de forma espontânea e completamente desordenada, em zonas onde nem sequer existia a espécie”.