20 ago, 2018 - 15:08
O Presidente da Venezuela anunciou uma nova moeda para tentar reduzir o impacto da gravíssima crise no país, com uma hiperinflação que poderá chegar a um milhão por cento no final do ano.
O bolívar tem vindo a desvalorizar dramaticamente e, para ilustrar o drama diário da população venezuelana, o repórter Carlos Garcia Rawlins, da agência Reuters, fotografou produtos ao lado do dinheiro necessário para os adquirir.
Um frango, com cerca de dois quilos e meio, custava na passada quinta-feira, numa loja da capital Caracas, 14,6 milhões de bolívares, o equivalente a 1,9 euros.
Um rolo de papel higiénico tinha um preço de 2,6 milhões de bolívares. Colocados lado a lado, é fácil de ver que o monte de notas é muito maior do que o rolo.
Um pacote de um quilo de arroz custa 2,5 milhões de bolívares.
Para comprar um sabonete, os venezuelanos têm de desembolsar 3,5 milhões de bolívares e levar muitas notas.
A partir desta segunda-feira, a Venezuela passa a ter duas novas unidades monetárias, o bolívar soberano e o petro, no âmbito da reconversão monetária.
O bolívar soberano elima cinco zeros ao atual bolívar forte. A cripto moeda petro passa a ser de uso contabilístico obrigatório para todas as operações da empresa estatal Petróleos da Venezuela SA e o setor petrolífero, e cujo valor equivale a 3.600 bolívares soberanos.
O salário mínimo mensal dos venezuelanos e os preços dos produtos passam a ser afixados com base no valor do petro, que por sua vez está indexado ao valor do preço internacional do barril de crude e estará assente nas reservas de vários recursos naturais, como o petróleo, ouro, diamantes e gás natural.