​Banksy “vandaliza” Paris com arte de intervenção

As ruas de Paris acordaram nos últimos dias com uma série de obras de arte urbana atribuídas ao artista/ativista britânico Banksy. A crise dos migrantes é um dos temas dos trabalhos.

A primeira pintura foi encontrada no Dia Internacional dos Refugiados, no dia 20, e retrata uma criança negra a pintar um padrão de papel de parede cor de rosa sobre uma cruz suástica.

Nicolas Laugero, editor do site de arte Artistik Rezo, explica que o padrão foi utilizado noutra obra de Banksy, “Go Flock Yourself”, que esteve em exposição no museu de Bristol.

“É uma oportunidade extraordinária para ter Banksy em Paris. Como sempre, as suas intervenções surgem num momento político crucial, apelando aos cidadãos e ao governo que mudem o paradigma do problema da imigração”, afirma Nicolas Laugero.

Outra obra atribuída a Banksy foi encontrada numa porta exterior da sala de espetáculos Bataclan, onde 90 pessoas foram assassinadas no atentado de novembro de 2015 durante um concerto da banda norte-americana Eagles of Death Metal.

A imagem mostra uma mulher que enverga um véu em sinal de luto pelas vítimas do ataque reivindicado pelos terroristas do autoproclamado Estado Islâmico.

Para passar a sua mensagem Banksy também utilizou Napoleão montado no seu cavalo branco, como na icónica pintura de Jacques-Louis David. Mas o rosto e o tronco do imperador estão tapados por um cobertor vermelho.

Em mais um trabalho atribuído ao artista britânico, uma ratazana disfarçada da Minnie, de Walt Disney, surge com um lanço vermelho às bolinhas brancas. Em cima está a inscrição Maio 1968, mas o oito está caído.

A série Paris é ainda composta por uma pintura em que um homem dá um osso a um cão. O humano tem um serrote numa mão e o osso na outra. O animal tem uma pata cortada e está a sangrar. Noutro trabalho, um rato voa numa rolha acabada de "explodir" de uma garrafa de champagne.