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Apelo do Papa. “Precisamos de energia, mas a energia não nos deve destruir”

09 jun, 2018 - 11:16

Francisco recebeu no Vaticano os líderes das principais empresas da indústria petrolífera, pedindo que ajudem o mundo a adotar fontes de energia mais “verdes”.

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O Papa Francisco apelou este sábado a uma revolução no mundo da energia que evite uma maior degradação do meio ambiente, perguntando até se não será já demasiado tarde para evitar males maiores.

Numa audiência no Vaticano, em que recebeu os líderes das principais empresas da indústria petrolífera, Francisco reconheceu que a civilização precisa de energia, mas não ao custo da sua própria sobrevivência.

“A civilização requer energia, mas a energia não deve destruir a civilização!”, afirmou.

Os presentes estiveram a participar na conferência intitulada “Transição Energética e o Cuidado pela nossa Casa Comum”, que foi organizada pela Santa Sé e ouviram o Papa lamentar que ainda haja mais de mil milhões de pessoas que não têm acesso a eletricidade no mundo.

“Claramente, somos desafiados a encontrar formas de assegurar a enorme oferta de energia necessária para ir ao encontro das necessidades de todos, ao mesmo tempo que desenvolvemos meios para usar os recursos naturais que evitam criar desequilíbrios ambientais que resultem em deterioração e poluição que prejudiquem gravemente a nossa família humana, tanto agora como no futuro”, disse Francisco.

Não é justo que a sede de energia de uns seja saciada à custa do acesso de outros à água potável, ou da sua pobreza e exclusão socia, considera o Papa. “A necessidade de fontes de energia maiores e mais prontamente disponíveis para operar maquinaria não pode ser preenchida à custa da poluição do ar que respiramos.”

Francisco reconheceu que a indústria já fez alguns avanços, mas questiona se o mundo ainda vai a tempo de remediar a situação, lamentando que sejam os mais pobres a sofrer as consequências da poluição. “Todos são afetados pela crise do clima. Mas os efeitos das alterações climáticas não estão distribuídos de forma igual. São os mais pobres que sofrem mais os efeitos do aquecimento global, com perturbações crescentes no setor agrícola, insegurança de água e exposição a eventos meteorológicos severos.”

O Papa concluiu o seu discurso pedindo aos presentes que aproveitem a sua posição para chefiar uma revolução rumo à obtenção de fontes de energia renováveis e mais amigos do ambiente.

Comentários
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  • Mário Neves
    09 jun, 2018 Alverca 14:31
    Apesar dos lóbis por parte das multinacionais energéticas e dos poderes políticos que representam as grandes potencias detentoras dos gigantes de produção de energia, todos sabemos o destino que nos espera se continuarmos neste registo desenfreado e avassalador a poluir o ar que respiramos, os oceanos de onde tiramos o sustento de três terços da população mundial e a contaminar solos e subsolos com lixos, aterros, descargas de químicos e pesticidas na agricultura de produção em larga escala. Alguns cientistas de universidades conceituadas afirmam que os efeitos no agravamento das alterações climáticas do presente são o resultado da poluição referente a última década e por conseguinte tender-se-a a agravar mais ainda (afirmam) por ventura teremos alcançado o ponto de não retorno, ou seja irreversível, provocando a morte e deslocação e extinção de milhões de pessoas e animais dentro de poucos anos. Nada nem ninguém estará preparado para o pior dos cenários, note-se que todas as extinções em massa do passado da terra foram causadas por cataclismos naturais, mas desta feita será um dos últimos seres a ter chegado ao Planeta, provido de inteligência superior aos demais a ser o causador da primeira e única extinção não natural.

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