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Uma seta, duas setas, três setas. Com quantas setas se faz o PSD?

06 jun, 2018 - 11:46 • Dina Soares

É o mais recente motivo de discórdia no PSD. O partido está a tentar modernizar a imagem, substituindo o trio original de setas por um símbolo mais contemporâneo, mas os militantes mais tradicionalistas não aceitam os ventos de mudança.

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O PSD está mergulhado numa nova polémica. Desta vez, conta o jornal "Público", os ânimos exaltam-se a pretexto das setas que integram o símbolo do partido. Virgínia Estorninho, militante histórica do PSD, acusa a nova liderança de ter feito desaparecer, disfarçadamente, as setas do símbolo social-democrata, apagando a identidade do partido.

Na edição desta quarta-feira, o "Público" faz notícia da revolta da antiga presidente da Junta de Freguesia do Alto do Pina, em Lisboa, relatando que Virgínia Estorninho já protestou junto do secretário-geral do PSD por causa das alterações introduzidas no logotipo do jornal Povo Livre, da PSD TV e da página "online" do partido.

Em declarações ao mesmo jornal, José Silvano afirma que as mudanças foram feitas pela direção anterior, mas promete ver o que pode ser feito para colocar de novo as setas nos referidos logotipos. Mesmo assim, Virgínia Estorninho ameaça organizar uma manifestação de protesto à porta da sede nacional do partido para exigir a reposição das setas.

Magna questão das setas invade a imprensa

A problemática das setas do PSD contagiou grande parte da imprensa desta quarta-feira. No Observador, Luís Cirilo, antigo secretário-geral do partido entre 2000 e 2002, junta a sua voz à de Virgínia Estorninho na condenação da mudança.

O jornal online recupera ainda um texto antigo de Pedro Roseta, no qual este militante explica que “as setas simbolizavam os três fatores do movimento (social-democrata): o poder político e intelectual; a força económica e social; a força física. O seu paralelismo exprimia o pensamento da frente unida: tudo devia ser mobilizado contra o inimigo comum - o nazismo.»

O Eco refere que também no Facebook, as setas desapareceram. O Diário de Notícias garante que, quando foi eleito, Rui Rio ainda usava o símbolo das setas como cenário para as suas intervenções. No baú das polémicas relativas ao símbolo do PSD, é ainda recuperado um texto publicado no Sol, onde se recorda que, quando era líder do partido, Luís Filipe Menezes apareceu a discursar num cenário com um fundo azul e onde as três setas davam lugar apenas a uma.

Na altura, Alberto João Jardim decretou que estava “tudo doido”, Miguel Veiga, fundador do PSD, comparou o novo símbolo “ao anúncio de uma gasolineira” e Manuela Ferreira Leite considerou que “a envergonhada cor de laranja perdida num dominador espaço azul toca fundo nas raízes do partido.”

Para terminar, lembrar apenas que também Durão Barroso teve a tentação de mexer nas setas, fazendo-as passar de três a uma, mas, já nessa altura, Virgínia Estorninho ameaçou e Barroso recuou. O que nunca mudou são os estatutos do partido que determinam, no seu artigo 4º, que o símbolo do partido é formado por três setas “de cor preta, vermelha e branca.”

Comentários
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  • fanã
    06 jun, 2018 aveiro 20:15
    Em vez de setas , que são agressivas e por definição letais, mudem para três supositórios, além de não matarem, ainda curam !
  • 06 jun, 2018 12:52
    E se os professores forem todos votar no bloco como e que voces vao fazer?

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