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Crianças portuguesas estão menos gordas, mas ainda passam horas ao computador

20 dez, 2017 - 07:25

Sistema de vigilância registou em 2016 uma diminuição nos três indicadores: obesidade, excesso de peso e baixo peso.

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Aumentou o número de crianças que passam mais de uma hora por dia a jogar computador. Mas, segundo o sistema de vigilância que analisa o estado nutricional infantil (Childhood Obesity Surveillance Initiative - COSI), a percentagem de crianças dos 6 aos 8 anos obesas, com excesso de peso e baixo peso diminuiu em 2016.

Coordenado cientificamente e conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em articulação com a Direcção-Geral da Saúde (DGS), o COSI produz dados comparáveis entre países da Europa e permite a monitorização da obesidade infantil a cada dois, três anos.

Relativamente à última análise (2013), o COSI registou em 2016 uma diminuição nos três indicadores: obesidade, excesso de peso e baixo peso.

Para o COSI 2016, foram avaliadas 6.745 crianças (50,4% do sexo feminino) das 230 escolas do primeiro ciclo do ensino básico.

Os resultados indicam que 30,7% tinham excesso de peso (31,6% em 2013), 11,7% eram obesas (13,9% em 2013) e 0,9% tinham baixo peso (2,7% em 2013).

Nos últimos oito anos, o estudo COSI Portugal (2008 a 2016) mostrou uma tendência invertida na prevalência de excesso de peso, já que em 2008 esta era de 37,9% (+7,2%).

Relativamente à prevalência de obesidade, verificou-se igualmente uma diminuição, passando de 15,3% em 2008 para 11,7% em 2016.

Hábitos alimentares

No capítulo dedicado aos hábitos alimentares, os investigadores detectaram em 2016 um maior consumo de carne (17,3%) do que de peixe (9,8%).

O consumo diário de fruta foi mais frequente (63,3%) do que a sopa de legumes (56,6%) e de outros legumes (37,7%).

A maioria (75,1%) das crianças inquiridas consome até três vezes por semana biscoitos ou bolachas doces, bolos e donuts.

"Na mesma frequência semanal, 86,8% reportou o consumo de rebuçados, gomas ou chocolates e 65,3% o consumo de refrigerantes açucarados", lê-se no documento.

O documento indica que o consumo semanal de pizzas, batatas fritas, hambúrgueres, enchidos e salsichas, até três vezes por semana, foi de 88,7%.

Também até três vezes por semana registou-se um consumo de batatas fritas de pacote, folhados e pipocas na ordem dos 83,3%.

Mais de uma hora ao computador

Mais de 75% das crianças portuguesas dos 6 aos 8 anos passam entre uma e duas horas por dia a jogar jogos electrónicos durante a semana, segundo dados de 2016, que mostram um aumento significativo desta actividade sedentária.

O estudo Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI) mostra que em 2016 quase 60% utilizavam o computador para jogos electrónicos cerca de uma hora por dia durante a semana, enquanto 16% despendiam duas horas por dia nessa actividade e 4,5% cerca de três horas ou mais.

Ao fim-de-semana, cerca de 80% das crianças estavam no computador duas ou mais horas por dia.

Há quase dez anos, apenas 12% das crianças avaliadas usava o computador para jogos entre uma e duas horas durante a semana, o que contrasta com os 75% em 2016.

Apesar disso, mais de 66% dos menores analisados brinca fora de casa durante o fim-de-semana três ou mais horas por dia.

Durante a semana, há uma redução das brincadeiras fora de casa, mas ainda assim cerca de 70% das crianças brinca fora entre uma e duas horas por dia.

Aliás, o estudo COSI aponta para uma melhoria dos indicadores de actividade física na infância, com poucas crianças (1,7%) a indicar que nunca praticam actividade física em 2016, o que contrasta com os quase 20% que o afirmavam em 2008.

Quanto à actividade física em ambiente escolar, cerca de 65% dos estabelecimentos de ensino avaliados disponibilizavam pelo menos 90 minutos semanais de educação física às crianças do primeiro ciclo. Outras 25% das escolas oferecem entre 60 e 90 minutos de educação física por semana.

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