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Caminhos da fé rumo a Fátima. Peregrinos na estrada

02 mai, 2018 - 10:24 • Olímpia Mairos

Grupo de 28 peregrinos de Mirandela está na estrada há dias, para mais de 300 quilómetros a pé. Pelo caminho entoam cânticos, rezam o terço, convivem, partilham a vida e estreitam laços de amizade.

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Saíram de Mirandela, após a eucaristia e a bênção na igreja de Nossa Senhora da Encarnação, e já percorreram cerca de 60 quilómetros. Vão em grupo, motivados pela fé e amparados uns pelos outros, na superação das dificuldades.

São várias as razões que os peregrinos apontam para a realização da viagem: o cumprimento de uma promessa, o agradecimento de uma graça recebida, a fé, o convívio, o sacrifício e também o desporto.

Fátima Mendes, de 60 anos, faz este caminho há 15 anos. Começou por peregrinar por promessa, agora vai porque gosta do “ambiente que se vive”, vai pelo “gosto de caminhar” e para “agradecer”.

A viagem é longa, são mais de 300 quilómetros feitos por etapas de aproximadamente 40 quilómetros, que começam de madrugada “para aproveitar o fresquinho”, e a “andar bem” leva nove dias a concretizar.

Licínio Sá, de 60 anos, também segue no grupo. É a quarta vez que faz o percurso a pé e fá-lo “por gosto, pelo convívio e pela fé”.

Muitos dos peregrinos que se dirigem à Cova da Iria tiram férias nesta altura do ano, para realizarem a peregrinação. É o caso de Fernando Barbosa, de 54 anos, que veio expressamente da Suíça e integra o grupo de Mirandela. “Vim de propósito só para ir a pé até Fátima”, assegura Fernando.

É assim há vários anos, porque, para Fernando, fazer o caminho “ajuda a alimentar a fé, o espírito e é um ganhar forças para o resto do ano”. Fernando reserva com antecedência o bilhete de avião, para ficar mais barato. E para não revelar os gastos com a peregrinação remata, dizendo que “quem caminha com fé não cansa”.

Maria, de 26 anos, também segue no grupo e conta que vai para “agradecer as graças recebidas”. Consciente das dificuldades que vai encontrar pelo caminho, “cansaço, calor, dores ou bolhas”, Maria acredita que vai chegar a Fátima “mais forte, porque estas experiências ajudam a crescer interiormente”.

E o desejo de chegar é grande, para “depositar no regaço de Nossa Senhora a gratidão que tanto lhe é devida”.

“Estar cada vez mais próximo das pessoas”

Os peregrinos de Mirandela dormem em quartéis de bombeiros e contam com o apoio da junta de freguesia de Mirandela. Vítor Correia, o autarca, segue no grupo como peregrino e também como apoio. É a terceira vez que faz o caminho e conta à Renascença que vai “por fé e para acompanhar os amigos”.

“Estas convivências são fundamentais e nós, Junta de Freguesia, associamo-nos a este evento, porque sentimos a necessidade de ajudar as pessoas”, afirma o autarca, revelando que a acompanhar o grupo de peregrinos “vai uma equipa de quatro pessoas da Junta, para ajudar em tudo o que for preciso”.

Para Vítor Correia, “é importante estar cada vez mais próximo das pessoas”, para que, diz “se sintam bem, até porque essa é a nossa razão de ser e de estar”.

A junta de freguesia assegura o apoio logístico aos peregrinos, transporte para as deslocações entre os locais onde terminam as etapas até aos locais onde pernoitam, água, coletes, chapéus e, depois, o transporte de regresso de Fátima até Mirandela.

A peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de maio será presidida por D. John Tong, bispo emérito de Hong Kong.

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