Tempo
|
A+ / A-

Marcelo alerta para “paragem” de investimento no SNS

22 abr, 2018 - 22:07

Chefe de Estado lembra que "ao longo das várias crises, houve um sacrifício nos sistemas sociais e na saúde".

A+ / A-

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirma que "houve uma paragem do investimento na saúde", com as sucessivas crises no país, "envelhecendo as estruturas do Serviço Nacional de Saúde", cuja solução se foi "empurrando".

O Chefe de Estado falava no Parque Mayer, durante uma sessão de perguntas de cinco jovens de 25 anos, realizada no âmbito da festa dos 25 anos da revista Visão, na qual falou de vários assuntos relativos ao país, desde o desemprego jovem, a "missão" de Presidente da República, e o momento atual de crescimento económico, mas ainda de "ressaca da crise".

"Ao longo das várias crises, houve um sacrifício nos sistemas sociais e na saúde, e as estruturas do Serviço Nacional de Saúde envelheceram, mas a procura aumentou", diagnosticou o presidente, assinalando o envelhecimento da população e o paralelo aumento das doenças crónicas.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou ainda que "as necessidades [nesta área] multiplicaram-se, foi crescendo uma realidade paralela no privado, e foi havendo retoques no Serviço Nacional de Saúde".

Na opinião do Presidente, "nunca de fez um debate efetivo sobre essa matéria, nomeadamente a saída de médicos para o privado, o papel do setor social, que se dirigiu muito para os cuidados continuados, e foi havendo retoques na Serviço Nacional de Saúde".

Sobre a situação económica do país, "não é carne nem é peixe" porque Portugal "está no meio da ponte, e tem de sair", disse aos cinco jovens de 25 anos que se encontravam sentados à sua volta no palco do Capitólio, frente a uma assistência de centenas de pessoas.

Perante questões de Daniel, um jovem bombeiro que recordou a tragédia dos incêndios que assolaram o país, no ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "o Governo está a levar isso muito a sério, e é fácil haver consenso nacional".

"Vamos ver se agora se criam condições para investimento e fixação", comentou ainda o Presidente.

Sobre uma das grandes preocupações dos jovens - a dificuldade em conseguir emprego - Marcelo Rebelo de Sousa disse que compreendia a situação, e que a juventude vive atualmente um tempo "muito mais acelerado, com muito mais hipóteses e gerações com mais cultura".

"No meu tempo, não era assim: uma minoria chegava à universidade e trabalhava-se muitos anos no mesmo emprego. Hoje uma minoria começa a trabalhar", disse, comentando que os jovens "vão ser milhares de coisas que nem imaginam".

Marcelo disse que, se pudesse escolher o tempo para viver os seus 25 anos, escolheria vivê-los agora: "Vocês têm razões de queixa, entraram na vida ativa na ressaca da crise, mas vivem em liberdade", comentou, recordando que, no entanto, nunca desejaria perder da Revolução do 25 de abril.

"Espero que daqui a 25 anos Portugal tenha um crescimento sustentado, duradouro, e com emprego. Temos de admitir que com o país correu melhor do que se temia [devido à crise], mas ainda se vive durante muito tempo no ciclo da crise. Demora a mudar", opinou.

No âmbito do Visão Fest, a revista reuniu, durante o fim de semana, leitores, jornalistas, colaboradores e amigos num festival com conversas, debates, performances, exposições e concertos.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • é demais!
    23 abr, 2018 Setúbal 23:21
    Não faz mal, vai vir aí agora a eutanásia, talvez não fique muito cara e será de aplicação rápida e assim já milhares de nós poderemos desaparecer em vez de andarmos por aqui anos a fio empurrados de um lado para o outro enganados à espera de uma operação, ficarão políticos e profissionais da saúde todos mais aliviados e com tempo para outras distracções.
  • José
    23 abr, 2018 Oeiras 17:41
    Não há investimento no SNS, mas para salas de chuto há dinheiro.

Destaques V+