17 abr, 2018 - 16:17 • Paula Caeiro Varela
A sessão parlamentar estava mesmo a terminar. O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha acabado o discurso às duas câmaras espanholas e Ana Pastor, a presidente do Congresso, tinha dado a sessão por encerrada. Os microfones, o som de sala já tinha sido desligado quando se ouviu “Grândola, Vila Morena” na sala de sessões.
As palmas ao Presidente português ainda ecoavam quando se ouviu ao longe a música associada à revolução portuguesa de 1974, no caso cantada pelos deputados independentistas catalães. No vídeo das Cortes ainda é possível ouvir as vozes muito ao longe, mas Ana Pastor insiste que a sessão está encerrada. O protesto simbólico ainda assim foi feito, com “Grândola” cantada e cravos amarelos nas mãos dos parlamentares.
“Com estes cravos amarelos quisemos fazer um gesto de homenagem a Portugal e à revolução portuguesa”, explicou à Renascença um dos deputados que participaram no protesto, acrescentando que as flores escolhidas também expressam o pedido de liberdade para os presos políticos catalães na sequência do referendo à independência no final de 2017.
“O que a Catalunha tem vivido tem sido uma revolução democrática e a revolução portuguesa está muito presente no imaginário catalão porque foi uma revolução pacifica que levou à democracia”, acentua Carles Campuzano, porta-voz do Partido Democrata Europeu catalão.