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Setor automóvel não teme proibição dos "diesel" nas cidades

27 fev, 2018 - 16:20 • Henrique Cunha

A Associação do Comércio Automóvel de Portugal encara com naturalidade à decisão de um tribunal alemão de permitir às cidades a restrição ou mesmo a proibição da circulação de carros a gasóleo. "A industria tem sabido antecipar as tendências."

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O sector do comércio automóvel reage com naturalidade à decisão do Tribunal de Leipzig, na Alemanha, de permitir às cidades alemãs de poderem restringir, ou até mesmo, banir, a circulação de carros a gasóleo.

A decisão pode abranger, desde já, as cidades de Dusseldorf e Estugarda, que estão entre as mais poluídas da Alemanha, mas esta sentença do Tribunal de Leipzig abre a porta à proibição do diesel noutras cidades.

O secretário-geral da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), Hélder Barata Pedro, assegura que este não é um factor de preocupação para o sector, "porque a ACAP segue a posição da Comissão Europeia, daquilo que que são as diretivas e regulamentos comunitários, das próprias associações europeias em que está filiada".

"O que está em cima da mesa na comissão europeia é a redução dos níveis médios de redução de CO2", esclarece Barata Pedro.

"Aquilo que existe da Comissão Europeia é uma indicação, com metas bem estabelecidas com a industria automóvel, para a redução de CO2. E, portanto, é isso que terá de ser cumprido, independentemente daquilo que é o 'mix' de cada construtor: se é mais gasolina, se é mais diesel, se é mais eléctrico", acrescenta o secretário-geral da da ACAP.

Hélder Barata Pedro sustenta que a indústria sabe - e saberá - adaptar-se e antecipar as tendências dos consumidores: "A Indústria vai atrás daquilo que são as escolhas do consumidor. A industria tem sabido antecipar as tendências do momento e aquilo que são as escolhas do consumidor".

Os ambientalistas alemães apresentaram queixas contra dezenas de cidades, considerando que os municípios têm responsabilidades na qualidade do ar, de forma a proteger a saúde das populações.

A indústria automóvel, tal como o governo alemão, receiam que a abolição de veículos a diesel nas cidades, especialmente dos mais antigos, provoque uma quebra de preços e um desinteresse por parte dos condutores.

Ainda a contas com as consequências do chamado "dieselgate", em que a Volkswagen foi condenada por falsear os valores das emissões poluentes dos seus carros, a indústria automóvel alemã viu cair as vendas de veículos a diesel, de 48%, em 2015, e 39%, em 2016.

Comentários
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  • Nero
    28 fev, 2018 Faro 11:44
    É com estas e com outras medidas parecidas que a extrema direita cresce na Alemanha sendo já a segunda maior força politica no Pais.Os dois maiores partidos estão quase condenados a coligar-se pois as sondagens dao uma subida exponencial da extrema dta em novas eleições.

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