23 jan, 2018 - 18:43
Uma dezena de padres católicos foi detida no passado domingo depois de protestos contra o regime na República Democrática do Congo.
Os protestos foram convocados pela Comissão de Coordenação dos Leigos e começaram a seguir às missas, na capital, Kinshasa.
Nos conflitos que se seguiram, com as autoridades, morreram pelo menos seis pessoas, incluindo uma rapariga de 16 anos que estava junto à porta de uma igreja, e mais de 100 ficaram feridas. Duzenas pessoas, incluindo os dez sacerdotes, foram detidos pelo seu papel nestes protestos e há informação do desaparecimento de duas freiras.
A conferência episcopal do Congo reagiu à onda de violência e às detenções, numa nota publicada pela agência Religion News Service. “A Igreja lamenta o uso excessivo de força sobre manifestantes armados unicamente com bíblias, terços e ramos”.
Esta não é a primeira vez nos últimos meses que a Igreja congolesa protesta contra o regime e o presidente Kabila. Em Dezembro outras sete pessoas morreram e vários acólitos foram detidos. Há sérias preocupações pelo bem-estar e segurança dos detidos.
Num acordo cujo objectivo era restaurar a paz na nação que se vê envolvida em conflitos há décadas, Kabila, que está no poder desde 2001, tinha concordado renunciar ao cargo. Essa renúncia devia ter acontecido há mais de um ano, mas o ditador mantém-se agarrado ao poder.
A Igreja Católica mediou esse acordo e segundo a conferência episcopal, o objectivo desta marcha era a sua implementação.