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Procuradora Joana Marques Vidal coordenava equipa que autorizou adopções da IURD

05 jan, 2018 - 21:24

Ministério Público garante que "nada deixará de ser investigado". Em causa estão alegações de rapto e tráfico de crianças nascidas em Portugal na década de 1990 por uma instituição ligada à IURD.

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A actual procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, estava à frente da equipa de magistrados do Ministério Público (MP) no Tribunal de Família e de Menores de Lisboa entre 1994 e 2002, período durante o qual terão ocorrido as alegadas adopções ilegais de crianças acolhidas num lar da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

Numa nota enviada às redacções, o MP esclarece que "nada deixará de ser investigado, o que permitirá apurar todos os factos e eventuais responsabilidades dos magistrados".

O comunicado surge como esclarecimento a questões levantadas por alguns órgãos de comunicação social “relativamente ao eventual contacto que a procuradora-geral da República possa ter tido com processos que correram termos na jurisdição da família e crianças”.

A questão prende-se com a série de reportagens que tem vindo a ser transmitida pela TVI, denominada ‘O Segredo dos Deuses’, que denuncia alegadas adopções ilegais numa instituição ligada à IURD. Os supostos crimes teriam acontecido na década de 1990, com crianças levadas para um lar em Lisboa, que teria alimentado um esquema de adopções ilegais em benefício de famílias ligadas à IURD que moravam no Brasil e nos Estados Unidos.

As denúncias deram origem a um inquérito-crime e a um inquérito interno, “uma auditoria que vai fazer um levantamento de todos os casos existentes, ver quais os procedimentos que o Ministério Público teve, qual o enquadramento legal na altura”, explicou a Procuradora-geral da República aos jornalistas à margem de uma cerimónia religiosa em Lisboa, em Dezembro, em homenagem às vítimas dos incêndios de 2017.

Na mesma altura acrescentou que “se houver factos suscetíveis de procedimento disciplinar, e que não tenha prescrito, haverá lugar a isso”.

O inquérito aberto "reveste-se de uma natureza própria de uma auditoria e tem por objecto exatamente a actuação funcional do Ministério Público em todas as suas vertentes, tendo em vista examinar os procedimentos então adoptados e analisar todas as intervenções desenvolvidas nos respetivos processos", acrescenta a nota emitida esta sexta-feira.

No mesmo documento, apela-se a quem tenha informações relacionadas com as alegadas adoções ilegais que as faça chegar à Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Apela-se a todos os que tenham conhecimento de factos relacionados com as alegadas adoções ilegais o envio dos mesmos por correio ou correio eletrónico, com a referência “Processo 11.261/17” para a morada da PGR, em Lisboa, ou para o email correiopgr@pgr.pt", pede o Ministério Público.

Segundo informações avançadas pela TVI, a IURD tem actualmente nove milhões de fiéis, espalhados por 182 países, 320 bispos e cerca de 14 mil pastores.

Esta igreja foi fundada no final da década de 1970, e é liderada pelo bispo Edir Macedo, considerado um os homens mais ricos do Brasil.

A IURD refuta as acusações de rapto e de um esquema de adopção ilegal de crianças portuguesas e considera-as fruto de "uma campanha difamatória e mentirosa".

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  • Antonio Verdades
    08 jan, 2018 Lisboa 13:16
    A Srª. Procuradora é uma pessoa "séria". Quando estava á frente da equipa do Ministério Público que autorizava as adoções, "nunca" teve conhecimento de quaisquer "irregularidades", nem "conhecia" os processos. Limitava-se a fazer "pontes" entre serviços do MP e outras entidades, nem "avocava" tais processos. Portanto "passou-lhe tudo ao lado"!! Factos já confirmados pelo presidente do sindicato dos magistrados, um tal Ventoinhas, que se apressou a sair em sua defesa. Se fosse Sócrates... já era criminoso antes de ser acusado e julgado. Assim... fica tudo em familia, tal como na IURD.
  • Zulmiro Familiar
    08 jan, 2018 Arrifana 06:50
    Para que se apure a verdade e se condene os responsáveis, do mal que fizeram, vamos não adorar este silêncio. Eu não adoto!
  • Rafaela Costa
    06 jan, 2018 Porto 21:52
    VERGONHA DAS VERGONHAS. NÃO ADOTO ESTE SILÊNCIO!
  • Joaquim Ribeiro
    06 jan, 2018 paços de ferreira 17:58
    Ó srª procuradora conte-nos tudo ou SERÁ QUE É SEGREDO DE JUSTIÇA? Se for não há problema pois os segredos de justiça em Portugal são para toda a gente saber...
  • Lima
    06 jan, 2018 Loures 14:43
    Quem semeia ventos colhe tempestades a intervenção judiciária e judializaçao dos topos das elites politicas , empresarias e organizações do underground faz despoletar mais tarde ou mais cedo o mesmo sobre os atuantes.Temos para já o alegado grupo maravilha,a iurd,rarissimas ,ped´filia,tancos,fogos,gripe etc .todos os intervenientes diretos e de responsabilidade ultima serão mencionados.Haja coerência ,estamos estado laico onde o perdão por confiçao não existe.A lei da rolha não funciona ad-eterno.
  • rogerio
    06 jan, 2018 coimbra 12:27
    Ai se a procuradora fosse afeta ao p s. os ardinas tinham aberto ediçoes especiais na tv junto com a Cristas e o huguinho a pedir a demissão dela...Aqui se ve a pantominisse desses gaijos. Ela se tivesse um pingo de vergonha demitia-se já nãoa era cristas e huguinho porque foi o que exigiram ao ministro vieira da silva,e ali era só dolo , e aqui é roubo e trafico de centenas de crianças
  • isidoro foito
    06 jan, 2018 elvas 12:13
    Bem neste caso se tudo isto for verdade esta senhora tem que pedir ja a demissão do cargo que ocupa , pois nao se vai mandar investigar a ela própria , ou estará a pensar arranjar um bode expiratório para se safar mais uma vez , das trapalhadas que tem feito á frente do MP ?
  • oliveira santos
    06 jan, 2018 santo tirso 11:16
    Estas organizações secretas iurds ,manás ,geovás e protestantes do dízimo, devem ser condenadas na praça publica tal como maçons,opus dei,etc.Todos os que pretendem enriquecer á custa do povo, devem ser combatidos pelo povo.Assim tambem devemos combater os carteis POLITICOS instalados e procurar descentraliza-los para o centro interior do País .Coimbra,Viseu,Castelo Branco,Portalegre.O País precisa de deixar de pagar impostos atraves da EDP ou através da Galp ,e gasolineiras pois a Assembleia da Republica o que fez foi instalar preçarios nas auto estradas mas não obriga a preços diferentes nem que seja de um centimo de diferença entre o cartel.BASTA de carteis. PROTESTANTES CONTRA CARTEIS Oliveira Santos
  • 06 jan, 2018 11:08
    Devia ser afastada das suas funções durante o inquérito .
  • José Sócrates
    06 jan, 2018 lisboa 10:43
    cada cavadela apanha-se um ja foi o juiz e o procurador da operacao marque agora esta procuradora-geral da República tutti buona gente!

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