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Retoma económica não fez aumentar empregos de qualidade

05 jan, 2018 - 00:46 • Paulo Ribeiro Pinto

Além de maior precariedade, o Barómetro das Crises confirma a tendência para uma diminuição dos salários nos contratos permanentes.

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A recuperação económica não está a ser acompanhada por melhores contratos. A conclusão é do Observatório sobre Crises e Alternativas, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Além de maior precariedade, o Barómetro das Crises confirma a tendência para uma diminuição dos salários nos contratos permanentes.

A retoma económica não significou em 2017 mais qualidade nos empregos criados. De acordo com o Observatório sobre Crises e Alternativas, seria de esperar que houvesse uma melhoria dos termos contratuais, mas durante o ano passado não se verificou um reforço do peso dos contratos permanentes no total de novos contratos vigentes.

Até ao final de Outubro, os contratos sem termo aumentaram ligeiramente face a Maio, de 33,1% para 33,6%, mas os contratos a termo certo e outros tipos de contratação continuam em maioria.

O barómetro revela que, a par da precariedade nos novos contratos, há uma tendência para uma degradação da remuneração média dos novos contratos permanentes.,

Ao mesmo tempo, verifica-se uma subida da remuneração média dos contratos não permanentes, aproximando-se do salário mínimo nacional.

O Observatório das Crises alerta ainda para o facto de a retoma estar a ocorrer em actividades de serviços ligadas ao turismo, na maior parte dos casos com baixos níveis de qualificação, favorecendo o trabalho precário e mal remunerado.

Comentários
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  • indignado
    07 jan, 2018 Santarém 17:23
    Uma coisa parece certa, as promessas governamentais parecem não passar disso mesmo, melhores salários e retorno daqueles que emigraram devido à crise parece não fazer qualquer sentido, quando se olha para hospitais repletos de gente acamada nos corredores em más condições parte deles nem sequer dignamente tapados mais parece um cenário de guerra com gente ao abandono e com milhares de enfermeiros e médicos fora do país por falta de trabalho no seu país, afinal para quê prometer aquilo que não se tenciona cumprir?.
  • joca
    05 jan, 2018 lisboa 16:41
    A SIVA poe hoje a hipótese de deslocalização da empresa JN .Aqui não vai haver precaridade mas sim desemprego.A joia da coroa do investimento internacional em Portugal destruída? pelos defensores dos trabalhadores?.Espero que preparem a sopa dos pobres.
  • Rui
    05 jan, 2018 Porto 15:22
    Resposta a :FIM DA PRECARIEDADE 05 JAN, 2018 LISBOA 14:03 Tem toda a razão, os maiores culpados somos nós... Pois não temos empresários mas sim patrões sem escrúpulos...
  • Nani
    05 jan, 2018 Lisboa 14:51
    Sillicon Valley é solução.O resto é gincana politica irrealista.
  • fim da precariedade
    05 jan, 2018 Lisboa 14:03
    Depende dos consumidores , escolherem empresas livres de robots, que não sejam justas para os seus funcionarios, a mudança tem de começar em nós.Há que dignificar e anunciar as empresas que dão boas condições ao trabalhadores e apostem nas pessoas, porque sem pessoas não há pessoas...depende de nós.
  • Petervlg
    05 jan, 2018 Trofa 13:08
    Mas isso toda a gente já sabia que iria acontecer, agora estão admirados. aumentaram o salário mínimo, mas os outros salários não aumentaram, não existiu imposição, e portanto, pessoas que tinham baixos salários, agora estão com salário mínimo ou muito próximo do mínimo. Mas os empresários estão a ganhar mais, é a qualidade dos empresários que temos em Portugal, quem sofre sempre é o mexilhão. Até dou como exemplo o meu caso pedi um aumento do ordenado base, para sair próximo do ordenada mínimo, e a resposta foi simples, as portas estão abertas se estas mal...
  • RóRòRóRóRo
    05 jan, 2018 do r-q-t-parta 12:52
    queria dizer: "cada vez se tem menos para gastar"
  • OH RÓRÓRÓRÓRÓ
    05 jan, 2018 do r-q-t-parta 12:46
    "tem que estar ligada ás tecnologias mais recentes para produzir mais e melhor com menos custo.O resto é chover no molhado." Depois estes que produzem tanto com as máquinas que vendam os produtos aos desempregados sem dinheiro, ou arranjem mais armazens de stok e produzam para os arrumar. O que era bom era todos poderem fazer a sua produção. Depois os grandes capitalistas, que não dão emprego que ficassem com a produção e as máquinas só para eles. Como cada vez se destroi mais empregos e cada vez mais se tem para comprar. De que é que vale ter a produção e as máquinas só para meia duzia comprarem? Tu é que estás a precisar mas é de uma grande molha nesta cahola podre
  • 05 jan, 2018 Setubal 12:13
    A escalada permanente de subida dos salários sem relação com a produtividade começa só agora infelizmente a despertar os empresários para a robotização que permitirá mais salário e tb mais desemprego.A maior diferenciação não significa mais produção ,tem que estar ligada ás tecnologias mais recentes para produzir mais e melhor com menos custo.O resto é chover no molhado.
  • VIVA O XUXALISMO
    05 jan, 2018 Lx 11:51
    Sãos as gerações mais bem preparadas que "regressaram" com o el dourado da desgovernação dos kamaradas Kosta e sua tralha das esquerdas...Por isso, é que essa geração não quer saber de Portugal para nada a não ser passar férias na tugolândia. Queira que os xuxas e seus amigos das esquerdas não destruam a Auto europa pois, caso esta empresa se ponha a salvo das esquerdas folclóricas, então a CGTP terá de arranjar emprego para esses trabalhadores nas sedes do PCP mas pagos olimpicamente e sem greves...

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