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Papa sublinha ligação entre Natal e martírio

26 dez, 2017 - 11:44

O primeiro dia depois do Natal é, na liturgia católica, dedicada a Santo Estêvão, o primeiro mártir.

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"A mensagem de Jesus é incómoda e incomoda"
"A mensagem de Jesus é incómoda e incomoda"

O Papa Francisco sublinhou esta terça-feira, no Vaticano, a ligação entre o Natal e o martírio.

Na meditação que antecedeu a oração do Angelus, esta manhã, Francisco debruçou-se sobre o caso de Santo Estêvão, o primeiro mártir da Igreja, que é celebrado precisamente no dia 26 de Dezembro, logo a seguir ao dia de Natal e ainda no início da época de Natal que na Igreja dura até à Epifania, conhecido como o Dia de Reis.

O Papa reconhece que para muitos pode parecer estranho as duas festas estarem tão próximas, mas explica que não é coincidência. “Depois de celebrar o nascimento de Jesus na terra, hoje celebramos o nascimento de Santo Estêvão, o primeiro mártir do céu. Mesmo que, à primeira vista, possa parecer que não há nenhuma ligação entre as duas ocorrências, na realidade existe, e é muito forte.”

Segundo o livro dos Actos dos Apóstolos, Estêvão foi apedrejado depois de ter insistido em pregar Cristo, apesar de os líderes judaicos o terem mandado silenciar. Durante a lapidação um jovem judeu chamado Saulo ficou de guarda às túnicas dos mais velhos. Esse homem acabaria por se converter, ficando para a história como São Paulo, um dos maiores evangelizadores da Igreja Primitiva.

Francisco sublinha que a mensagem de Jesus é socialmente incómoda, porque “desafia os poderes religiosos mundanos e provoca as consciências. Depois da sua vinda, é necessário converter-se, mudar mentalidades, renunciar a pensar como antes. Estêvão manteve-se ancorado à mensagem de Jesus até à morte.”

Francisco fez ainda a ligação entre a morte de Estêvão e a de Cristo. “As suas últimas orações, ‘Senhor Jesus, acolhe o meu Espírito’ e ‘Senhor, não lhes imputas este pecado’ são um eco fiel das que foram pronunciadas por Jesus na Cruz, ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’ e ‘Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem’. Estas palavras de Estêvão apenas são possíveis porque o Filho de Deus veio à terra, foi morto e ressuscitou por nós; antes deste evento eram expressões humanamente impensáveis”, disse Francisco.

Francisco terminou o Ângelus agradecendo publicamente as muitas mensagens que recebeu, de todo o mundo, nesta altura do Natal, lamentando não ter possibilidade de responder individualmente a cada uma. “Obrigado, do coração. O Senhor vos recompensará pela vossa generosidade”, afirmou.

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