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​Negociações na Autoeuropa vão ser retomadas

15 dez, 2017 - 16:21

Notícia saiu de uma reunião entre trabalhadores, administração e Governo. Conversações retomadas na segunda-feira, após empresa ter imposto novo horário.

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A administração da fábrica da Autoeuropa, em Palmela, e a Comissão de Trabalhadores (CT) vão retomar as negociações na próxima segunda-feira, segundo decisão tomada numa reunião com o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, e dois secretários de Estado.

A informação foi inicialmente transmitida aos jornalistas pelo presidente da CT, Fernando Gonçalves, e reafirmada pelo ministro, numa declaração sem direito a perguntas.

O dirigente da CT escusou-se a adiantar mais pormenores, mas garantiu que o plenário de trabalhadores na fábrica do grupo Volkswagen se mantém para dia 20 de Dezembro.

Por seu lado, o director da fábrica, Miguel Sanches, começou por caracterizar a reunião de hoje como "muito produtiva e proveitosa" para depois acrescentar que o que "pode mudar é o modelo de trabalho do segundo semestre".

Depois da rejeição, em plenário, de dois pré-acordos negociados com a CT de alterações aos horários de trabalho, na sequência do aumento da produção, a administração impôs unilateralmente o novo modelo para ser implementado em finais de Janeiro e que inclui 17 turnos semanais.

A administração promete pagar os sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, que era uma das principais reivindicações dos trabalhadores. Este pagamento dos sábados a 100% poderá ainda ser acrescido de mais 25%, caso sejam cumpridos os objectivos de produção trimestrais.

Porém, esta posição foi rejeitada pela CT, que reiterou que "este modelo de horário e as suas condições são mais desfavoráveis e contrariam a vontade expressa pela maioria dos trabalhadores".

O novo horário, que entrará em vigor em finais de Janeiro, deverá vigorar até ao mês de Agosto de 2018. A Autoeuropa promete discutir o período após Agosto com a Comissão de Trabalhadores.

Os novos horários de laboração contínua prevêem quatro fins-de-semana completos e mais um período de dois dias consecutivos de folga em cada dois meses para cada trabalhador.

Depois de mais de três horas de reunião "densa" no Ministério da Trabalhado, em Lisboa, agendada pelo Governo face a "uma situação difícil e exigente", o ministro Vieira da Silva reafirmou a urgência de retomar o diálogo entre trabalhadores e a administração da Autoeuropa.

Assim, a mensagem deixada às duas partes é que regresse de "forma sólida e duradoura" o "diálogo social construtivo e profícuo".

Num encontro que contou com a presença do secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, e da secretária de Estado da Indústria, Ana Lehman, Vieira da Silva notou o empenho de todos para retomar o diálogo e alcançar soluções.

"Existe um ambiente de diálogo franco e aberto das duas partes e o sinal de recomeçar o diálogo é extremamente positivo", acrescentou o governante, que sublinhou não querer "minimizar a dificuldade da situação".

A questão dos horários colocou-se com o fabrico do novo modelo T-Roc, que como recordou Vieira da Silva, tem "grande aceitação comercial" e as previsões são de "dobrar ou até ultrapassar" a produção global prevista.

Este sucesso do modelo coloca a "empresa num patamar mais elevado e exigente", além de permitir criar mais postos de trabalho.

"É um momento muito importante de consolidação do novo projecto, que vai alargar a gama de produção, aprofundar a dinâmica e colocá-la melhor nos desafios futuros no sector automóvel", comentou ainda.

O Governo vai continuar a acompanhar a situação e poderá assumir "responsabilidades em algumas dimensões" como a criação e reforço de "equipamentos sociais de apoio à família" que possa responder aos novos horários da fábrica.

Já a "responsabilidade principal" para ultrapassar este impasse negocial "é das partes", concluiu.

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  • ANTONIO GONCALVES FE
    15 dez, 2017 Queijas 19:48
    Vão estragando o negócio e depois queixem de não ter emprego. Talvez e PCP e BE possam pagar o Subsídio de Desemprego
  • 15 dez, 2017 aldeia 19:17
    Puxam tanto a corda,que um dia ela parte-se e depois ficam no desemprego.

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