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Presépio na Cidade. ​Lembrar a quem passa porque razão é Natal

06 dez, 2017 - 19:49 • Ângela Roque

O Presépio na Cidade vai estar no Chiado, em Lisboa, até 23 de Dezembro, e este ano também inclui as figuras dos Pastorinhos de Fátima.

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O Presépio na Cidade está de regresso ao Chiado, uma das zonas mais turísticas e comerciais de Lisboa. Será montado esta quinta-feira no local habitual, junto à basílica dos Mártires, para lembrar a quem passa que o Natal não se resume a luzes e compras.

“Faz sentido continuar a ser aqui, porque nós vivemos numa sociedade marcada pelo ateísmo, e é preciso chamar a atenção das pessoas para o essencial do que celebramos”, diz à Renascença Sofia Guedes, da organização.

A árvore e as decorações “não têm mal”, mas a razão porque “nesta altura vamos às compras e há férias, é porque alguma coisa aconteceu. E foi tão importante que até deu sentido ao tempo. Porque nós marcamos o tempo a partir do nascimento de Jesus”, lembra.

A edição deste ano inclui a habitual Bênção das Grávidas, marcada para dia 16 de Dezembro, mas também tem algumas novidades.

O tema escolhido, “Dou-vos a minha paz”, está relacionado ainda com o centenário das Aparições, e no Presépio vão estar mais três figuras, as dos Pastorinhos de Fátima.

“Vão fazer companhia aos outros pastores que já lá estão, e estão numa atitude muito querida, estão a caminho, como tantas vezes fizeram para ir ter com Nossa Senhora”, explica Sofia Guedes.

Presente estará de novo a figura do Papa Francisco: “está lá, sempre atento ao que se passa. Ele é o pastor da Igreja Católica, e como pastor este é também o sítio certo para ele estar”.

O Presépio vai estar na Rua Garrett, até dia 23 de Dezembro. Como nas edições anteriores vai funcionar das 14h00 às 18h30, hora a que será rezado o terço “pela paz no mundo”. E haverá um presente especial: “vamos oferecer um terço dentro de um saquinho, como se fosse uma jóia”. Lá dentro irá “um manual de instruções”, para que “mesmo quem nunca tenha rezado possa aprender”.

Muita gente tem estado envolvida na confecção destes sacos. “Estão a ser feitos em escolas, por pessoas mais velhas, por famílias, já lhes perdi a conta!”, diz Sofia Guedes, que explica que serão também distribuídos nos lares, prisões e hospitais onde os voluntários se deslocam. Mas, estas visitas que fazem agora, também ocorrem noutras alturas do ano, “quando há momentos mais marcantes na vida litúrgica, como na Páscoa, ou em Maio, um mês especial, vamos sempre visitar quem não pode sair por estar doente ou estar preso”.

Ano após ano tem havido cada vez mais voluntários, mas Sofia Guedes não sabe quantificá-los. “Passamos a mensagem a um, que depois passa a outro, para se fazer as figuras, os terços, os saquinhos. E depois há faça grupos e vão visitar um lar da zona onde vivem. Portanto é difícil dizer quantos já somos ao todo”.

Desde que o Presépio na Cidade começou a ser feito, no ano 2000, que esta responsável se lembra de várias histórias de conversão e mudança radical de vida. “Gostaríamos que mais pessoas estivessem atentas, mas nem que seja apenas uma a mudar alguma coisa na sua vida por causa disto, já valeu a pena!”, diz. E lembra o caso de um sem abrigo, que viveu na rua 26 anos. “Não o tratámos como alcoólico, demos-lhe responsabilidades pedimos que tomasse conta das figuras do presépio, que o varresse. Pela primeira vez alguém o levou a sério, e ele sentiu vontade de mudar de vida. Largou o álcool e a rua, e hoje tem um trabalho fixo. É um senhor”, conta Sofia Guedes, que se mantém em contacto. “Almoçamos juntos muitas vezes, rezamos juntos. Ele também faz parte da equipa do Presépio”.

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