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D. José Traquina confia na experiência de pároco para nova missão em Santarém

26 nov, 2017 - 10:44

O novo bispo de Santarém toma posse esta tarde da diocese e admite que ainda não tem grandes projectos. Primeiro é preciso discernir, e as pessoas farão parte desse discernimento, diz D. José Traquina.

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D. José Traquina assume este domingo a diocese de Santarém. Depois de um longo percurso que incluiu trabalho pastoral no Bombarral, de formação no seminário de Almada e como bispo auxiliar de Lisboa, admite que não tem grandes projectos ainda, pois primeiro quer conhecer os fiéis, com quem conta fazer discernimento.

Este domingo toma posse da diocese de Santarém. É um grande desafio…

Sim, é um desafio que abraço com aquela esperança que nos vem da fé, que Deus não nos abandona e nos dará um espírito de discernimento para sabermos o que Deus quer daquele povo. E se o bispo como pastor tem obrigação de estabelecer comunhão entre todos os agentes, os presbíteros, padres diáconos e os leigos mais empenhados que estão a frente da organismos, serviços, movimentos da diocese, assim o espero fazer com a chamada proximidade.

O Papa chama-lhe cheiro a ovelha, é essa proximidade, não é orientar as coisas por gabinete, e é decidir, discernir, mas ouvindo as pessoas. Eu direi que isso faz parte da minha experiência como pastor nas paróquias, e penso como bispo fazê-lo exactamente assim.

Também foi nomeado há poucos dias responsável pela Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana. Na altura disse numa entrevista que a Pastoral Social não devia ser um anexo da Igreja. Este também vai ser um grande desafio para si?

Vai… faleceu o meu querido amigo D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, e dele sobrou-me esta missão, elegeram-me os colegas bispos para essa Comissão da Pastoral Social e Mobilidade Humana…

É um desafio muito grande, devo dizer que fiquei muito incomodado, não direi mal disposto mas pesaroso, por reconhecer que para se fazer bem feito um trabalho aí é preciso ter alguma ideia, e aí eu não reflectir ainda tudo o que é necessário fazer, porque há algumas coisas que é preciso fazer por sintonia com a Santa Sé, com a Cáritas Internacional, com todos os bispos por causa das Cáritas diocesanas, com as Misericórdias.

O valorizar essas pessoas todas é a primeira palavra, é isso que pretendo fazer, valorizar muito o empenho das centenas de milhares de pessoas, cristãos, que em Portugal fazem trabalho voluntário junto dessas instituições, de grupos sócio caritativos, centros sociais paroquiais, cáritas diocesanas ou paroquiais, santas casas das misericórdias, há imensa gente a trabalhar em prol do seu mais próximo, de quem precisa.

O que significou para si o desafio de ser sacerdote?

O interesse em prosseguir uma chamada. Trata-se de uma vontade de fazer bem, de corresponder a um bem que Deus quer que aconteça na vida das pessoas, na vida da comunidade, esse sinal de chamamento encantou-me. Podia corresponder a algo de bem que Deus quer para os outros, isso agradou-me, ou seja, não era uma afirmação de um egoísmo, não era por causa de mim simplesmente, era por causa de outras pessoas, vontade de ser feliz, tornado felizes outros, de uma forma alargada. Isso encantou-me.

Ainda teve algum tempo na formação dos jovens no Seminário de Almada. Como é que foi para si essa experiência?

Foi muito boa, porque aprendi o que é a atenção a cada pessoa, as pessoas não são iguais umas às outras, e há que distinguir aspectos da vida da pessoa, o seu perfil, aspectos da sua formação, e ajudá-las a crescer num bom ambiente

É um desafio maior quando se parte para o terreno, junto das comunidades?

É, é como agora, quando a gente não conhece bem a realidade há sempre alguma atrapalhação, no sentido da adaptacão, vou-me adaptar, vou ver, não é? E nessa altura como agora, não me peçam projectos porque a gente ainda não conhece. Também não fui para o Bombarral com um projecto, Deus dá-me tempo para eu ver.

Há um discernimento a fazer, e sobretudo é olhar a realidade com os olhos de Deus, o que é que Deus quer para estas pessoas? E até as pessoas vão participar nesse discernimento.

[Estas declarações foram prestadas ao programa Porta Aberta, que é transmitido na Renascença aos domingos às 10h]

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