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Secretária de Estado desvaloriza "jantarinho" da Web Summit no Panteão

18 nov, 2017 - 09:36

Ainda assim, a secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, disse que nenhum elemento do governo esteve presente naquele evento.

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A secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, desvalorizou este sábado o "jantarinho" de convidados da cimeira de tecnologia e empreendedorismo Web Summit no Panteão Nacional, lembrando que nenhum membro do Governo esteve presente.

"Houve um jantarinho organizado por terceiros e no qual não esteve presente nenhum membro do atual Governo. Eu não estive presente, não esteve presente nem o senhor ministro [da Economia] nem o senhor primeiro-ministro [António Costa]", afirmou Ana Teresa Lehmann em declarações à agência Lusa.

A responsável recusou também qualquer associação do executivo à iniciativa: "Não temos nada a ver com isso".

Já questionada sobre uma eventual imagem negativa do evento, a governante disse que "mau era se o foco fosse num jantar organizado por terceiros".

"Temos é de destacar o sucesso" e de "puxar o país para cima", vincou a secretária de Estado.

A polémica surgiu após a divulgação de informações nas redes sociais acerca da realização de um jantar exclusivo com convidados da Web Summit na nave central do Panteão Nacional, em Lisboa, em que participaram presidentes executivos, fundadores de empresas e 'startups', investidores de alto nível, entre outras personalidades.

O jantar em questão chama-se 'Founders Summit' e ocorreu em 10 de novembro, dia seguinte ao encerramento da cimeira tecnológica.

A Web Summit decorreu entre 6 e 9 de novembro na zona do Parque das Nações.

Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal participaram 59.115 pessoas de 170 países.

Fazendo um balanço à Lusa, Ana Teresa Lehmann frisou que não se verificaram problemas na organização da cimeira.

"Como responsável pelo grupo de trabalho [que coordenou o evento], estive particularmente atenta e não tive nenhum telefonema em pânico. Correu tudo excecionalmente bem com o apoio de todos os ministérios e serviços, incluindo Câmara de Lisboa e Turismo de Lisboa", em áreas como a segurança, a logística e os transportes, vincou.

A situação deste ano foi diferente da do ano passado, em que se verificaram problemas nos acessos (rodoviários e por transportes públicos) ao Parque das Nações, bem como dificuldades nas entradas e na cobertura da rede móvel, por exemplo.

"As reuniões a que presidi da 'task force' [grupo de trabalho] foram muito cuidadosas em evitar problemas ao nível do transporte e da segurança, que é fundamental para a boa experiência", justificou Ana Teresa Lehmann.

Impacto de 300 milhões de euros

A edição deste ano da cimeira de tecnologia e empreendedorismo Web Summit gerou um impacto de pelo menos 300 milhões de euros em áreas como hotelaria e transportes.

"Do ponto de vista de impacto direto, é estimado que, durante a semana da Web Summit, tenham sido gerados cerca de 300 milhões de euros, só nos serviços diretamente relacionados -- hotelaria, transportes, entre outros", disse a secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, num balanço feito à agência Lusa.

De acordo com a governante, "o impacto real só poderá ser quantificado a médio prazo, porque este é um grande evento e tem repercussões duradouras, o que é excelente e, portanto, os 300 milhões de euros são uma subavaliação muito grande".

Referindo-se a dados da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), falou num aumento de 20% na ocupação hoteleira nos dias do evento.

Certa é a edição de 2018, ano durante o qual o Governo pretende "fazer mais e melhor e capitalizar mais o evento".

"Vamos ter um conjunto de iniciativas para que não seja só o grande evento em novembro, mas para que possamos ter ainda mais iniciativas durante o ano, de menor dimensão, mas também de grande relevância [...] de divulgação da presença portuguesa", referiu Ana Teresa Lehmann, aludindo a apostas na iniciativa já existente Road 2 Web Summit (que leva 'startups' nacionais à Web Summit) e à realização de eventos para aproximar estas empresas a investidores.

Comentários
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  • naná
    18 nov, 2017 lisboa 13:07
    É uma questão cultural .Será que os heróis deste Pais deverão viver em solidão permanente?A homenagem aos mortos é realizada a nível mundial de formas diferentes por isso explora-se a cultura portuguesa judaico cristâ qdo convem e espenhiza-ase todos os dias a mesma no parlamento.
  • Manuel Guerreiro
    18 nov, 2017 Ermidas-Sado 12:39
    Toda esta polémica em torno do jantar da Web Summit não passa de um grande cinismo de todo o tipo. Qual o problema de festejar o que quer que seja junta aos mortos, quem quer que eles sejam? Muito mais problemático é aproveitarem-se dos seus nomes para obterem benefícios de toda a ordem.
  • Maria
    18 nov, 2017 Porto 12:38
    Quem chama a isto "jantarinho" .... Que Deus ajude este pobre País! É cada uma....
  • Assim
    18 nov, 2017 Ts 12:10
    Concluindo, hoje nada e de admirar, agora tudo tem um preco.
  • 18 nov, 2017 LX 11:56
    Certa é a edição de 2018, ano durante o qual o Governo pretende "fazer mais e melhor e capitalizar mais o evento". - Exacto! Vão todos jantar a casa da secretária de Estado e ela é que vai cozinhar capitalizando-se assim de secretária de Estado a Chef de eventos Web!
  • Carlos Gonçalves
    18 nov, 2017 Seixal 11:28
    Ainda isto???? Por isso este país não anda nem evolui... como dizia o outro, esta gente está sempre presa a "pintelhos"...
  • 18 nov, 2017 10:33
    Do ponto de vista de impacto direto, é estimado que, durante a semana da Web Summit, tenham sido gerados cerca de 300 milhões de euros, só nos serviços diretamente relacionados -- hotelaria, transportes, entre outros", disse a secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, num balanço feito à agência Lusa. Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal participaram 59.115 pessoas de 170 países. Representa mais de 5000€ em média por participante!

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