Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Patriarca

Padre com filho pode continuar na Igreja, mas "sem vida dupla"

16 nov, 2017 - 18:27 • Ecclesia

D. Manuel Clemente diz que o padre que assumiu filho no Funchal deve assumir responsabilidades sem esquecer a "fidelidade ao celibato".

A+ / A-

O patriarca de Lisboa defendeu esta quinta-feira o celibato dos sacerdotes católicos, rejeitando a possibilidade de “abandonar” ou “abrandar” a disciplina actual.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) respondia, em conferência de imprensa, a várias questões sobre este tema, na sequência de notícias que envolvem o pároco do Monte, na Diocese do Funchal, por este ter alegadamente sido pai de uma criança.

“Tem de se verificar com o sacerdote em causa qual é a situação, qual é a disposição, com certeza também com as responsabilidades que tem de assumir em relação à criança que nasceu”, assinalou.

O patriarca sublinhou que os casos concretos são tratados directamente pelo “respectivo bispo”. D. Manuel Clemente apoiou a posição tomada pela Diocese do Funchal, admitindo que o sacerdote possa vir a continuar o seu ministério, “na fidelidade ao celibato, sem vida dupla”.

O responsável assinalou que situações similares acontecem “fora da conjugalidade”, no matrimónio, e observou que também nestes casos de “infidelidade”, as “responsabilidades têm de ser assumidas”, mas a continuação da vida sacerdotal ou conjugal prossegue quando há “vontade de arrepiar caminho e fazer as coisas com mais consciência e responsabilidade”.

D. Manuel Clemente pediu respeito por todas as pessoas envolvidas, particularmente “no interesse das próprias crianças”, também do “ponto de vista mediático”.

“A criança sabe e saberá quem é seu pai”, observou.

O patriarca assinalou, a respeito de propostas relativas a um celibato facultativo, que se pode levantar o problema de uma certa “diluição do perfil sacerdotal”

“O padre é um sinal vivo do que era a vida de Cristo, que escolheu não formar uma família para ser familiar de todos”, uma nota sacramental que é sublinhada na tradição latina, seguida pela maioria dos católicos em todo o mundo.

D. Manuel Clemente afirmou, por isso que “não abandonaria” nem “abrandaria” a “apologia do celibato”, assumido “como ideal e como prática”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Vasco
    17 nov, 2017 Santarém 21:20
    No meio de tudo isto o que estará mal afinal, o padre que como ser humano tem como qualquer outro direito aos seus sentimentos e necessidades físicas mas proibido pela igreja católica ou a própria igreja que com tal interdição acaba por fazer com que muitos dos seus servidores optem por não suportar tal aberração de lei que certamente não foi Deus nem Cristo que a impôs.
  • João Alves
    17 nov, 2017 Castelo Branco 20:58
    A Igreja Católica tem necessáriamente de evoluir. Tudo evolui, os animais e a própria natureza. A Igreja Católica sempre assimilou todos os actos, ideias e tradições, enquanto tal lhe trouxesse proveito. Como surgiram as procissões católicas? Porquê as vestimentas, por vezes bizarras dos membros do clero? Já há quem defenda que Cristo foi casado. E porque não? Tudo o que não evolui morre. Parece-me ser a hora do Papa Francisco alterar a lei do celibato. Aquele que quiser fazer votos de castidade que os faça, deixando a liberdade àqueles que queiram constituir família. Quem não conhece padres com filhos?
  • Joaquim Vaz
    17 nov, 2017 Gulpilhares Vila Nova de Gaia 14:35
    Bom dia. A propósito das considerações oportunas e sábias do nosso Patriarca D. Manuel Clemente vêm na esteira do entendimento que sua Santidade Papa Francisco tem a propósito destas questões que são a ordem do dia, na no interior da Igreja. E o facto do Senhor D. António Carrilho Bispo do Funchal, ter tomado com muita serenidade e bom pastor daquela Diocese, decidiu e bem a meu ver, colocar o Padre que assumiu a paternidade de uma criança. perante a sua consciência de tomar uma decisão. Seguir a vida sacerdotal, como Dom de Deus ou optar pela vida matrimonial. O Padre teve tempo para discernir e esteve a aguardar se os seus Paroquianos o rejeitava como seu Pároco. Parece que o Povo de forma consciente e de grande compreensão e grandeza de alma, querem que ele esteja à frente da Comunidade como pastor e amigo. Existindo compreensão e sentido de responsabilidade por parte do sacerdote todos os caminhos ficam em boas condições para que se caminhe em direcção de Deus, que apesar da miséria humana, Ele será sempre Pai de Infinita Misericórdia. Paz e Bem. Joaquim Vaz
  • Vera
    17 nov, 2017 Palmela 12:37
    Quem jura celibato, tem que cumprir! celibato parece que quer dizer: aquele que não contrai matrimónio, porque se dedica a ajudar aqueles que acreditam em Jesus, como enviado de Deus... por isso, o Sr. Cardeal explica, que o padre madeirense é pai, mas não pode contrair matrimónio, se quer ficar ao serviço da Igreja e como pároco! ninguém, obriga ninguém! se quiser sair sai... se quiser ficar fica, mas, nas condições exigidas pela igreja Católica! as pessoas têm que saber decidir, o que querem da vida!!! Esta explicação do Sr. D. Manuel Clemente é muito clara! Melhor que isto, só um físico, para explicar sobre o estado da matéria: nós somos formados de matéria, mas Deus deu-nos a alma! (parte da filosofia)... (Talvez o Henrique Raposo, usando a física e a filosofia, consiga explicar o que aconteceu ao padre madeirense...) pois, a mim não me compete!
  • Joaquim Vaz
    17 nov, 2017 Gulpilhares Vila Nova de Gaia 10:01
    Bom dia. A propósito das considerações oportunas e sábias do nosso Patriarca D. Manuel Clemente vêm na esteira do entendimento que sua Santidade Papa Francisco tem a propósito destas questões que são a ordem do dia, na no interior da Igreja. E o facto do Senhor D. António Carrilho Bispo do Funchal, ter tomado com muita serenidade e bom pastor daquela Diocese, decidiu e bem a meu ver, colocar o Padre que assumiu a paternidade de uma criança. perante a sua consciência de tomar uma decisão. Seguir a vida sacerdotal, como Dom de Deus ou optar pela vida matrimonial. O Padre teve tempo para discernir e esteve a aguardar se os seus Paroquianos o rejeitava como seu Pároco. Parece que o Povo de forma consciente e de grande compreensão e grandeza de alma, querem que ele esteja à frente da Comunidade como pastor e amigo. Existindo compreensão e sentido de responsabilidade por parte do sacerdote todos os caminhos ficam em boas condições para que se caminhe em direcção de Deus, que apesar da miséria humana, Ele será sempre Pai de Infinita Misericórdia. Paz e Bem. Joaquim Vaz
  • Louvado Seja DEUS
    16 nov, 2017 Portugal 19:16
    Mas espera lá. Então não somos todos filhos de Deus. Porque o padre não pode levar vida dupla. Qual é o problema. Não houve e não há quem levasse vida de padre e pedófilo. Será isso melhor. Ao menos assumiu e bem. Algum senso e talvez mudança nas ditas regras na Igreja seriam assunto a pensar. Aos olhos de Deus, somos todos iguais, mas seremos mesmo........ D. Manuel Clemente apoiou a posição tomada pela Diocese do Funchal, admitindo que o sacerdote possa vir a continuar o seu ministério, “na fidelidade ao celibato, sem vida dupla”. PORQUÊ. Deus é isso que queria. Este tema não nos devemos focar só nisto. É padre não pode levar outra vida, porque foi a que escolheu. ERRADO. Claro regras são regras, mas será que todos e absolutamente todos as cumprem. Claro que não. Ainda bem que acabou a inquisição.

Destaques V+