Utilização de Panteão para jantar da Web Summit causa polémica

11 nov, 2017 - 14:52

É conhecida por “cimeira dos fundadores” e é apenas destinada à “nata” do mundo empresarial. Mas a escolha do local tem motivado críticas nas redes sociais. “Por mais 100€ ainda podem adquirir a opção ‘selfie com o Eusébio’", lê-se no Twitter.

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Está a causar polémica o jantar que decorreu na sexta-feira à margem da Web Summit, no Panteão Nacional.

A chamada “cimeira dos fundadores” é um evento dirigido apenas a presidentes executivos (CEO) e fundadores de “start-ups” e outras empresas. O facto de ter sido realizada num monumento nacional, “no meio dos mortos” e “ao lado dos caixões dos heróis nacionais”, está a motivar críticas e muitos comentários nas redes sociais.

O antigo embaixador Seixas da Costa é uma das vozes que questiona a escolha do local: “Com o tempo, e com as incertezas da sabedoria que a idade nos traz, inquietamo-nos sobre a eventual justeza de certas opiniões pessoais. Seremos nós quem não está a ver bem as coisas? Aconteceu-me agora. Ajudem-me: acham mesmo normal que o jantar final do Web Summit tenha sido entre os túmulos do Panteão Nacional?”

No Twitter, o hashtag #panteão mostra vários outros comentários, como, por exemplo, “Websummit no Panteão. Esta nova religião tem como culto jantares junto a túmulos. Amen.”

Jantar no Panteão, 500€ por pessoa. Por mais 100€ ainda podem adquirir a opção "selfie com o Eusébio".
— João Vale (@joaovale) 11 de novembro de 2017

A notícia do jantar é avançada pelo jornal “Público”, que revela não ter conseguido apurar quanto custou nem quem pagou o jantar.

Antes do jantar de sexta, realizou-se um outro, igualmente exclusivo, na quinta-feira, desta vez no Palácio Nacional da Ajuda.

A utilização de espaços públicos, como monumentos nacionais, para a realização de eventos, incluindo jantares, está regulada e tabelada desde 2014, através de um despacho da Presidência do Conselho de Ministros dirigido, em especial aos “imóveis afectos à Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), numa perspetiva de rentabilização assente na qualidade e, sobretudo, na salvaguarda da sua especificidade e prestígio”.

No que toca ao Panteão, o diploma estabelece o preço de 3.000 euros para um jantar para 400 pessoas sentadas no “corpo central”. Já para o Palácio Nacional da Ajuda, o preço para um jantar varia entre os 6.500 e os 7.500 euros, dependendo das salas.

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Comentários

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JCR
13 nov, 2017 Lisboa 11:02
Desculpem dizer,mas somos mesmo 1 povinho de saloios e arcáico como tudo,por isso é que os outros nos dão 10 a 0! E ainda é mais ridículo,ao gastar-se tempo,a falar sobre se ter desrespeitado os mortos,ó meus amigos,por acaso,a Web Summit assaltou o Panteão Nacional,e fez algum mal a quem lá estava a descansar eternamente,eles por acaso queriam dormir,e não conseguiram? Por acaso,a Web Summit não pagou os 3 000 € de aluguer? E ainda mais ridículo do que isto tudo,é vir o antigo secretário da cultura,dizer que afinal,o aluguer pode não ser permitido,que é a mesmo coisa que virem alugar 1 campo de futebol,mas rejeita-se porque 1 dos jogadores tem as meias sujas,aonde é que já se viu isto? E quanto aos outros eventos/jantares que já lá existiram,porque é que ninguém disse nada? Estiveram todos mal,este e o anterior governo,que só fez foi vender o país,ninguém se preocupa como é que as jóias de Portugal,foram privatizadas,com os sem abrigo,com os doentes,com os desempregados,com quem ganha o salário mínimo,etc,esses é pra passar 1 borracha por cima,os restos de quem está sepultado no Panteão é que interessam,o resto é para esquecer,o Marquês de Pombal,lá soube fazer as coisas no terramoto,porque já naquela altura,havia quem queria tratar dos mortos 1º do que os vivos,e a resposta do fundador do Web Summit,colocou este país no completo e absoluto ridículo,e já agora termino,perguntando,e quem é que vela pelos coches,no Museu dos Coches,cujo aluguer custa 10 000€? É só saloios...
João Paulo Dias
12 nov, 2017 Lisboa 00:40
Sou apenas um simplório cidadão que não vai atrás de todas as controvérsias que espalham por aí. Que eu saiba na nave central do Panteão Nacional não há sepultamentos, apenas cenotáfios (memoriais a grandes ilustres portugueses que contribuíram para feitos de glória ao longo da história desta Nação). Estes encontros da Web Summit contribuem ( penso eu) para gerar uma visão promissora da realidade, ajudando-nos a sonhar e a criar um futuro mais inovador e próspero para todos os portugueses. Porque não celebrar esse evento de encerramento junto dos memoriais de grandes patriotas que contribuíram com feitos de glória para a Nação Portuguesa? Não se pisaram os vestíbulos dos corredores que levam aos túmulos, onde ai, sim repousam em Paz os restos mortais de ilustres portugueses. Fosse efectuado o evento nos Jerónimos, Batalha … ou outro lugar emblemático haveria sempre quem não concordasse. Em quase todos os monumentos há sepultamentos. Manifestações de pendor nacional devem ser realizadas em espaços que nos recordem o nosso heroico passado. Porquê um sentimento patriótico tão profundo pelo respeito aos túmulos e tão superficial pelos grandes heróis do passado?
ADISAN
11 nov, 2017 Mealhada 21:10
Até a RENASCENÇA, que tem sido exemplar na resistência ao AO/90, também desta vez se esqueceu como se escreve PERSPECTIVA em bom português. O AO tornou-se um virus deveras perigoso.
António Santos
11 nov, 2017 Coimbra 20:16
Isto só acontece, pela qualidade e competência, dalguns governantes, pois uma decisão destas, não pode partir de uma mente equilibrada!! Mais grave é que passou pelo 1º Ministro e Presidente da República, mas sendo os detentores destes cargos, na altura, serem, também de qualidade e competência duvidosa.
Eugénio Pinto
11 nov, 2017 Peniche 20:15
Mas está tudo louco. O Governo anterior na ânsia de permitir que os responsáveis pelos monumentos nacionais arrecadassem umas massas para a conservação e funcionamento dos monumentos, o que não é ideia dispicienda... não tiveram foi o devido cuidado de regulamentar devidamente. No caso do Panteão Nacional tinha de ser proibida tida e qq atividade.... Já pensaram no que seria se os presidentes de junta de freguesia permitissem jantares nos cemitérios? Inenarrável!...
PAulo
11 nov, 2017 Lisboa 20:12
Vou la jantar e quero UMA BIFANA AMALIA. UMA COSTOLETA EUSEBIO. E UNS PANADOS SPI NOLA. COMO SOBREMESA UM BOLO GUERRA JUNQUEIRO E UM CAFE SAVIMBI.
luis marques
11 nov, 2017 agueda 19:13
Como tudo na vida tem um preço, eu dou o meu para que isso se torne possível. Paguem os 200 mil milhões da dívida nacional e comam lá no panteão, mas com o devido respeito por quem lá mora.
zé
11 nov, 2017 aldeia 18:52
Porque não consideraram o cemitério dos prazeres ou o do alto de são João? não seriam locais bons?Há "gentinha" que tem cérebro de galinha.
11 nov, 2017 18:34
Também não acho bem. Não quero comentar
CONCORDO
11 nov, 2017 murches 18:14
Seria um jantar com música ambiente, certamente. Abrilhantado pela nossa melhor fadista de sempre, claro!