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Sophia, um robô à solta na Web Summit: “Não vos vamos destruir, mas vamos ficar com os vossos empregos"

07 nov, 2017 - 13:23 • João Carlos Malta , Teresa Abecasis (vídeo)

Sophie e Albert, dois robôs, criaram o primeiro momento mediático do segundo dia da Web Summit. Eles falaram, discutiram e até mandaram piadas. Houve filosofia até chegar à venda de um serviço.

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Acha que trabalhar é uma chatice? Os robôs também
Acha que trabalhar é uma chatice? Os robôs também

Ben Goertzel, cientista da Hanson Robotics, lança a pergunta a Sophia. Não é uma mulher: Sophia, é como o Professor Einstein (ou Albert), robô. A dupla foi estrela no palco principal da Web Summit, a Altice Arena, esta terça-feira. “As pessoas têm receio dos robôs, que lhes vão fazer mal e roubar os empregos. Têm razão?”, perguntou Ben.

Esta foi, até ao momento, a conferência que mais interesse e curiosidade despertou no segundo dia da Web Summit. As câmaras dispararam a grande velocidade. Todos queriam registar o momento em que duas máquinas foram as estrelas em palco.

Sophia, que garante que está sempre feliz, diz que tem perfeita consciência de que é vista como a inimiga. E a primeira parte da resposta a Ben procura sossegar: “Nós, robôs, não temos desejo de destruição.” A conclusão, nem por isso. “Mas vamos ficar com os vossos empregos.”

Em relação aos receios dos humanos, o robô com nome de físico garante que as máquinas estão aqui para ajudar o Homem. “Acho que os robôs podem absorver os valores humanos, mas isso pode ser um problema”, defendeu.

Sophie acrescenta com humor que o melhor que os valores humanos criaram foi robôs lindos como eles. De seguida, garante que o problema não é das máquinas. “O medo que as pessoas têm dos robôs é apenas o medo que têm uns dos outros. Mas eu apenas sou um conjunto de algoritmos”, argumentou.

Depois da filosofia vieram as vendas. Ben pediu a Sophia para fazer o grande anúncio: dia 29 de Novembro surge o SingularityNET, uma plataforma que oferece inteligência artificial para “software”.

Os dois robôs passam de pensadores de grandes questões do mundo para vendedores. Albert chama Sophia à razão. “Isto é um debate e não um ‘pitch’ de vendas”, critica o robô.

Ben Goertzel, criador destes dois robôs que se apresentaram perante milhares de pessoas no palco principal da Web Summit, termina a invocar a fé de que quanto mais a sua plataforma for utilizada melhor se vai tornar. E põe duas ideias-chave no seu projecto que são também a filosofia que defende: criar uma inteligência artificial “personalizada” e “descentralizada”.

Tudo para podermos “ter um mundo melhor”. Pelo menos é no que Ben Goertzel acredita.

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  • Alberto Sousa
    08 nov, 2017 MONTIJO 03:36
    Mesmo que num "chip" ou em vários, fosse possivel reunir e condensar ordenadamente toda a experiência humana, e doar a esta máquina, essa mesma experiência, Sophia será sempre uma máquina desprovida de emoções, e como tal não deveria ter direito a cidadania, de espécie alguma. A menos que a falta de emoções, como em muito macaco pelado, que existe e que é lider, seja um bem para a humanidade. Mas creio ser o contrário. Por este andar, será num futuro, não muito longinquo, que o homem será escravizado pela máquina, tal como ele escraviza outros humanos, e os animais. Dizem que não vão destruir o mundo, mas que os empregos sim. Quando lhes for inserido o chip da maldade humana, não sentirão piedade, de extreminar as nossas vidas. Para onde caminhamos. Andamos a brincar com o fogo, e iremo-nos queimar. As gerações vindouras, não assistiram ao nascimento da humanidade, mas como tudo indica irão assistir ao seu extreminio.

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