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“O problema da Catalunha são os líderes políticos”, diz presidente da Galiza

27 set, 2017 - 19:57

Alberto Feijóo, presidente da Xunta de Galicia, diz que os políticos catalães são os principais responsáveis pela situação tensa entre os governos de Madrid e Barcelona. E foi mais longe: a proclamação unilateral da independência é "uma coisa que não lembra a ninguém".

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A discussão acerca da independência da Catalunha não é apenas uma conversa entre Madrid e Barcelona. Espanha é um país de regiões autónomas, onde a distribuição das competências entre poder local e nacional é negociada província a província. Neste cenário, o referendo da Catalunha pode abrir um precedente e, em último caso, pode mesmo redefinir o modelo de governação do país.

A Catalunha procura a auto-determinação e outras províncias espanholas querem ter uma palavra a dizer. E o líder da Galiza já disse o que pensa sobre as reivindicações de Barcelona.

O presidente da Xunta de Galicia considera que o referendo não deve avançar porque é anti-constitucional. Mas não se ficou por aqui. Para Alberto Núñez Feijóo, os líderes políticos catalães são os principais responsáveis pela situação tensa que se vive em Espanha.

"O que se passa na Catalunha, é que tem má sorte com os seus políticos. O que se passa na Catalunha é que o conjunto de um partido anti-europeu, anti-euro, anti-espanhol é que está a dirigir o governo da Catalunha, quer é a CUP [Candidatura d'Unitat Popular, em catalão, uma força política pró-independência]. É um partido anarquista que pretende simplesmente acabar com as instituições e com a democracia espanhola. Mas é evidente que não vão acabar só por causa de um conjunto de políticos que estão enganados e que estão a criar uma enorme fractura social na Catalunha. No entanto, o referendo não se vai realizar porque é ilegal, a lei que aprova o referendo foi declarada inconstituicional. E também porque Espanha é um país democrático e é impossível tomar decisões contra a democracia de um país", disse Alberto Núñez Feijóo.

De visita a Braga, para participar numa acção de apoio à candidatura de Ricardo Rio à autarquia minhota, o presidente da Xunta de Galicia falou também da posição catalã face à legislação espanhola.

"Esta lei da Catalunha que foi anulada pelo Tribunal Constitucional, simplesmente não existe. E, em relação àquilo que não existe, o que temos que fazer é nem sequer o considerar como proposta", frisou o galego.

A auto-determinação da Catalunha, nos moldes em que está a tentar ser levada a cabo pelo governo regional, vai contra as leis europeias. E sobre isso, Alberto Núñez Feijóo foi contundente - é uma ideia que não lembra a ninguém. "Não ocorreria a ninguém - e podemos rever todas as constituições dos países da União Europeia - auto-proclamar-se independente. E ainda por cima através de uma decisão tomada por um conjunto de deputados no parlamento regional. Uma decisão que rompe com o Tratado da União Europeia, que rompe com a constituição espanhola e também rompe com o estatuto de autonomia da Catalunha", considerou.

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  • José Proença
    28 set, 2017 Castelo Branco 10:59
    A quem serve a autonomia da Catalunha? É por ser a província mais rica de Espanha? E se fosse a mais pobre? Pretenderiam também a autonomia? Porque tem o Governo Central espanhol medo de um referendo? Façam-no!!!
  • Marco Aurélio
    28 set, 2017 Coimbra 07:58
    Já há alguns dias, comentando uma notícia sobre esta (desgraça), que está acontecendo na Catalunha, eu dizia por outras palavras, o mesmo que diz o título desta notícia. O que os políticos (políticos é coisa ruim, criaturas desclassificadas), da Catalunha querem, é terem a possibilidade de roubar os contribuintes (ainda mais), do que já roubam.
  • Tiago Soares Pinto
    27 set, 2017 Porto 21:29
    As eleições regionais antecipadas foram em 2015.
  • Tiago Soares Pinto
    27 set, 2017 Porto 21:28
    Mariano Rajoy é fascista e o estado espanhol é fascista. O povo catalão tem direito à sua autodeterminação. O governo espanhol não quis dialogar com o governo catalão sobre o referendo. Os partidos independentistas ganharam as eleições regionais antecipadas de 2015 e o referendo estava no programa eleitoral.

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