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Economistas desafiam Centeno com estratégia alternativa

20 set, 2017 - 22:00 • João Carlos Malta

Instituto de Políticas Públicas quer Governo a negociar com Bruxelas folga orçamental. Um dos autores da proposta é o deputado do PS Paulo Trigo Pereira.

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O Instituto de Políticas Públicas (IPP) quer que o Governo renegoceie com Bruxelas o saldo estrutural português com as instituições europeias – processo que ocorrerá até ao final de 2018 –, dos actuais +0,25% do PIB para os -0,5% do PIB. O documento defende uma política pública mais expansionista do que a do Governo para os próximos cinco anos, com mais despesa pública.

O documento, “Estratégias orçamentais 2017-2021: as opções de política”, assinado pelos economistas Ricardo Cabral, Luís Teles Morais, Paulo Trigo Pereira (também deputado do PS) e Joana Andrade Vicente, pretende ser uma proposta de uma Variante ao Programa de Estabilidade entre 2017-2021.

Os economistas querem que logo no ano de 2017 a despesa pública tenha um reforço de consumos intermédios e sugerem menos cativações do que em 2016. Defendem ainda que haja mais despesas com pessoal que argumentam que irá ser compensada com um acréscimo de receitas fiscais e contributivas, de forma a alcançar-se o mesmo objectivo para o saldo orçamental.

No documento lê-se que a “trajectória de ajustamento orçamental em 2017-18 aqui proposta é idêntica à do Governo, mas para 2019-21 advoga-se uma política orçamental menos restritiva do que a proposta pelo Governo no PE (Programa de Estabilidade) 2017/21".

Os economistas defendem um peso das despesas com pessoal superior ao apresentado pelo Governo dado um maior efeito do descongelamento das carreiras entre 2017 e 2021, bem como da actualização dos salários nominais dos trabalhadores em funções públicas, de modo a garantir o seu poder de compra em termos reais.

Os autores argumentam que as “carreiras estão congeladas há muitos anos e as expectativas legítimas dos trabalhadores em funções públicas vão no sentido de não dilatar muito no tempo esse descongelamento das carreiras.”

Redução da despesa mais lenta

Em resumo, enquanto o Governo no Programa de Estabilidade entre 2017/21 apresenta um objectivo de redução do peso da despesa pública mais acentuado (de 45,7% do PIB em 2017 para 41,7% em 2021), a variante do IPP considera uma menor redução percentual para 43,3% do PIB em 2021.

Neste texto, os autores calculam que as alterações ao Programa de Estabilidade permitam chegar a 2021 com mais 800 milhões de investimento público em relação ao PIB, o que defendem “já seria similar ao dos restantes países europeus” e “não tem sucedido na década passada.”

Mesmo com o aumento da despesa, os autores salientam que a dívida ficará três décimas abaixo (110,2% do PIB) do que está inscrito pelo Governo para 2021 (110,5% do PIB).

Os economistas alertam para que uma contenção da despesa pública (em pessoal e consumos intermédios), mais forte e em linha com o proposto pelo Governo, não é desejável para o país em termos macroeconómicos e sociais, “nem é exequível social e politicamente.”

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  • XUXAS MANIPULADORES
    21 set, 2017 Lx 11:54
    Este cavalheiro parece que não sabe que a estradategia da geringonça é não ter estratégia.... Um Governo das esquerdas radicais que navega à vista, sem estratégia e que herdou uma situação mais confortável que o anterior governo herdou em 2011, com a falência do país pelos mesmos artistas socialistas que nos governam agora.Agora é comprar votos e ceder ás chantagens do BE e do PCP e depois logo se vê..Quem vier a seguir que feche a luz.Esta a estratégia dos despesistas das esquerdas unidades. Distribuir uns trocos para comprar as corporações desde os juízes, os enfermeiros, os médicos e depois alguém terá de pagar a fatura.As esquerdas só sabem distribuir o dinheiro que não é deles e arranjar bancarrotas. Um partido socialista que nem sabe gerir as finanças do partido como pode saber gerir um país?
  • Leonardo
    21 set, 2017 Massamá 08:50
    Este Sr. fala em nome da corporação do estado, aumentem os impostos e aumentem os vencimentos dos funcionários públicos, ou seja: o meu vencimento os estudos destes Srs. dão sempre o mesmo...........os outros que nada recebem do estado e pagam para o Estado que paguem......mais!!!!!!

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