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Uso de sites piratas em Portugal caiu quase 70%

27 jul, 2017 - 19:01

Descida aconteceu depois de terem sido aplicados os primeiros bloqueios a páginas que infringiam os direitos de autor, indica estudo.

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A utilização de sites de pirataria em Portugal caiu 69,7% desde 2015, depois de terem sido aplicados os primeiros bloqueios a páginas que infringiam os direitos de autor, indica um estudo divulgado esta quinta-feira.

O relatório foi encomendado pela Motion Picture Association (MPA) e pela Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais (FEVIP) à INCOPRO, empresa de protecção de propriedade intelectual.

Em comunicado, a INCOPRO defende que as conclusões são semelhantes às dos relatórios que examinam o caso do Reino Unido, e que os resultados demonstram "que o bloqueio de websites é eficaz e reduz a utilização de websites infractores".

A Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC) passou a poder dar ordens de bloqueio a sites que violem os direitos de autor em 2015, ano em que foi celebrado um memorando de entendimento entre os fornecedores de serviços de Internet (ISP) e o Governo.

De acordo com o mesmo comunicado, de uma lista de 250 sites não autorizados, 65 foram bloqueados em Portugal e demonstraram um decréscimo de 56,6% de utilização, apesar do aumento de 3,9% verificado no grupo de controlo global que serve, no estudo, como exemplo da evolução que podia ter existido se os sites não tivessem sido bloqueados.

Também o uso das 30 páginas de língua portuguesa não autorizadas foi reduzido em 41,8%, contrastando com o aumento de 39,2% registado no tráfego dos mesmos sites no Brasil.

"É importante salientar que o impacto destes bloqueios não é sentido apenas em Portugal, mas em termos globais. É fantástico ver que mais países estão a começar a tomar medidas contra a pirataria e estamos a obter resultados assinaláveis. Esperamos que este relatório venha a inspirar mais regiões geográficas a tomarem acções semelhantes num esforço concertado para a salvaguarda da indústria global do entretenimento" afirma, em comunicado, a directora de informação e operações da INCOPRO, Helen Saunders.

No Reino Unido, um relatório do Gabinete de Propriedade Intelectual, datado de Julho de 2016, sugeria que o crescimento dos serviços de 'streaming' como a Netflix e o Spotify tinha ajudado a baixar a pirataria.

Em declarações à agência Lusa, o director-geral da FEVIP, Paulo Santos, disse que subscreve à ideia de que os serviços legais das plataformas de 'streaming' têm reduzido o recurso a sites ilegais, mas argumenta que o bloqueio dos sites de pirataria também tem ajudado estas plataformas a ter sucesso.

"A maior dificuldade de acesso a plataformas ilegais torna mais fácil o negócio dessas novas plataformas", considera o director-geral da FEVIP.

Paulo Santos classificou como surpreendentemente positiva a conclusão do relatório segundo a qual, embora haja recurso a domínios alternativos para manter alguns dos 'sites' bloqueados acessíveis, o tráfego destes novos domínios não consegue igualar o que se verificava antes do bloqueio.

Comentários
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  • Filipe
    27 jul, 2017 évora 23:08
    Eu diria que aumentou e muito a pirataria , desceu na forma descarada , mas aumentou 1000 vezes na forma encapotada ! Basta ver os conteúdos na "DarkWeb" e os outros todos que deslocalizara. o domínio .pt para .com com servidores até na Sibéria onde nem Deus sabe de quem são , pois utilizam as mais sofisticadas máscaras através de Proxy´s ... quem afirmou isto não percebe nada de informática , apenas sabe teclar Enter e onde está o botão de On e OFF .
  • Informático
    27 jul, 2017 Secreta 22:50
    O uso desses sites aumentou 3% a nível global, ao mesmo tempo que "caíu" a nível local. Quem não faz ideia de como isto funciona, até pensa que o bloqueio funcionou, MAS os restantes percebem que REALMENTE se passa é queas pessoas usam "máscaras" de IP para contornar o bloqueio, queé exatamente o que eu faço. Continuo a aceder na mesma, mas aparece lá um estrangeiro (de um dos domínios que não têm bloqueio). Só mostra o ridículo que isto é. E eu acedo acima de rudo para trocar ficheiros legais (ou conteúdos pelos quais já tinha pago, como uma série que deu na TV mas que não vi em direto), que são de download mais rápido no sistema P2P.
  • Anibal Costa
    27 jul, 2017 Ferreira do Alentejo 21:47
    Logo, menos gente sem acesso à cultura.
  • dino
    27 jul, 2017 faro 21:46
    A vpn, proxy não conta? Percebem tanto disto como da migração dos pingüins.
  • zé tolas
    27 jul, 2017 atouguia da baleia 21:38
    eu até diria mais... a utilização dos sites piratas bloqueados diminuiu 100%.
  • lolz
    27 jul, 2017 lolz 21:37
    Mas alguém acredita nesta "nãoticia"? 70% dos utilizadores apenas mudaram o DNS e desta maneira fazem bypass aos supostos bloqueios dos ISP....
  • André
    27 jul, 2017 Sesimbra 21:36
    Isto só vêm provar que mais de 80% dos utilizadores de internet em Portugal não tem quaisquer conhecimentos de formas de contornar a censura. É o que dá tanta gente pagar 50 euros por mês para ter internet no telemóvel e deixar de usar o computador, pois nunca o conseguia perceber. Continuo a usar TODOS os sites que foram bloqueados e só se foram os sites que desapareceram dos servidores por outras razões. É pena que as universidades tenham tanta formação em teoria e uma das formas muito simples de evitar sofrer deste tipo de censura não é ensinada porque só os "engenheiros informáticos" devem saber dessas coisas. Depois acham estranho que milhares de pessoas são afectadas por vírus e trojans que roubam dados sem darem por isso até ser tarde demais...
  • radar
    27 jul, 2017 Porto 19:46
    As pessoas continuam a aceder na mesma , o que acontece é que através de VPN ou por alteração de DNS não se sabe a sua localização. Continuam a aceder, mas de forma anónima ... e desse modo ficam todos contentes .... Os opositores a achar que conseguiram reduzir o acesso , e quem quer aceder a usufruir na mesma. A mim pelo menos não me afectou rigorosamente nada, apenas instalei uma VPN e consulto tudo como fazia antes ...

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