07 jul, 2017 - 12:18 • Aura Miguel
O Papa enviou uma mensagem à cimeira do G20, que começa esta sexta-feira na Alemanha. Francisco pede aos responsáveis políticos “prioridade absoluta” para os mais pobres e os refugiados na política internacional.
Francisco considera que o crescimento económico mundial não pode alhear-se dos conflitos em curso, nem do problema mundial das migrações.
O Papa reconhece que “não existem soluções imediatas”, mas alerta o G20 que “não pode ignorar que o drama das migrações é inseparável da pobreza e da guerra”.
Francisco quer “soluções para os pobres, os refugiados, os desalojados e excluídos, sem distinção de nação, raça, religião e cultura”, pedindo também uma rejeição dos conflitos armados.
O líder da Igreja Católica faz ainda “um apelo à comunidade mundial para a trágica situação no Sudão do Sul, na baía do Chade, no Corno de África e no Iémen, onde há 30 milhões de pessoas sem alimentos e sem água para sobreviverem”.
Nesta mensagem aos 20 mais rios, o Papa diz também que é urgente “resolver em paz as diferenças económicas e encontrar regras comuns financeiras e comerciais que alcancem um desenvolvimento integral para todos”. Mas isso só será possível, diz o Papa, se todas as partes “reduzirem substancialmente os níveis de conflitualidade, se pararem a actual corrida aos armamentos e renunciarem a envolver-se directa ou indirectamente nos conflitos, bem como, aceitarem discutir com sinceridade e transparência todas as divergências”.
Francisco alerta para a “trágica contradição e incoerência a aparente unidade em foros económicos e sociais e a persistência, desejada ou aceite, dos conflitos bélicos”
Contra “as novas ideologias da autonomia dos mercados e da especulação financeira”, que deixam um “doloroso rasto de exclusão e descarte”, o Papa reza a Deus “para que a Cimeira de Hamburgo seja iluminada pelo exemplo dos líderes europeus e mundiais que sempre privilegiaram o diálogo e a busca de soluções comuns: Schuman, De Gasperi, Adenauer, Monnet e tantos outros”, remata.