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Cristãos do Líbano confiam futuro do país a Nossa Senhora

26 jun, 2017 - 19:12

No passado fim-de-semana o árabe era uma das línguas mais ouvidas nas ruas de Fátima. Vieram aos milhares e confiam que Maria devolva a paz ao Médio Oriente.

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Entre dois mil e quatro mil peregrinos libaneses estiveram em Fátima no passado fim-de-semana para repetir a consagração do país ao Imaculado Coração de Maria.

Nas ruas de Fátima, nos hotéis, nas lojas e nos santuários, o árabe era das línguas mais ouvidas a partir de sábado. O ponto alto da peregrinação foi domingo, com o patriarca da Igreja Maronita a presidir à consagração.

Na mente de todos estava um pedido: paz.

“Viemos pedir a paz e a protecção para todos os cristãos. Sentimos que Nossa Senhora tem protegido o Líbano ao longo destes anos, porque apesar de todo o caos que se tem vivido na região, o Líbano continua em paz”, explica Chantal, uma das muitas jovens libanesas que no sábado passeava por Fátima.

“Para os cristãos, sobretudo, porque temos liberdade de culto. Às vezes há problemas pequenos, mas nada comparado com os outros países”, diz Anthony, que a acompanhava.

Ambos vieram de Beirute, de onde viajaram cerca de mil outros cristãos, incluindo Béchara Raï, o patriarca da Igreja Maronita, uma igreja católica de rito oriental, sedeada no Líbano. Mas muitos outros vieram da grande diáspora libanesa que existe por todo o mundo, incluindo dos Estados Unidos e da Austrália.

Numa loja de artigos religiosos a Renascença encontrou o padre Ralf, também vindo de Beirute, que nos explicou. “Consagrámos o Líbano ao Imaculado Coração de Maria em 2013 e todos os anos celebramos essa consagração. Este ano, por ser o centenário de Fátima decidimos fazê-lo em Fátima, por isso um grande grupo de libaneses veio cá.”

O Líbano está em paz (frágil, mas real), mas a vizinha Síria atravessa uma longa guerra civil, o que leva o sacerdote a dizer que é “pela paz em todo o Médio Oriente, especialmente pelos sírios, porque eles sofrem muito e estão a destruir igrejas e a perseguir os cristãos”, que os libaneses mais rezam nestes dias.

O padre Ralf não tem dúvidas de que foi a protecção de Nossa Senhora que evitou que a guerra contagiasse o Líbano, como muita gente esperava. "Foi por causa da consagração a Nossa Senhora em 2013 e sentimos que o inimigo está à nossa volta, mas não entrou no Líbano. Agora estamos a trabalhar para consagrar a Síria ao Coração Imaculado e esperamos que no final, como Nossa Senhora disse, o seu coração imaculado triunfará"

“Acreditamos que a mensagem de Nossa Senhora, sobretudo a consagração, trará paz à região”, afirma convictamente.

O Líbano é o país do Médio Oriente onde existem mais cristãos, em termos de proporção. Embora já tenham sido maioritários no país, estima-se que actualmente sejam cerca de 40% da população.

Os cristãos libaneses estão divididos entre várias confissões religiosas, mas a maioria são maronitas.

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