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Terrorismo. Seis países árabes cortam relações com Qatar

05 jun, 2017 - 08:44

País, que é acusado de ingerência e de apoiar o terrorismo, classifica a decisão como uma "violação da soberania".

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Bahrein, Egipto, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iémen e Líbia anunciaram o rompimento de relações diplomáticas e o corte de ligações aéreas e marítimas com o Qatar, acusando o país de ingerência e de apoiar o terrorismo.

A Arábia Saudita afirmou querer “proteger a sua segurança nacional dos perigos do terrorismo e do extremismo”, enquanto o Bahrein sustentou a sua decisão acusando Doha de “minar a segurança e estabilidade” do país e de “interferir nos seus assuntos” internos.

O Egipto também anunciou o corte de relações, acusando o Qatar de apoiar organizações terroristas, como a Irmandade Muçulmana, e de adoptar um comportamento hostil relativamente ao país.

Os últimos países a juntarem-se ao boicote foram o Iémen, de onde já foram expulsas as tropas do Qatar que integravam a coligação liderada pela Arábia Saudita, e a Líbia.

As nações anunciaram ainda a retirada dos diplomatas do Qatar dos seus territórios. Já a Arábia Saudita encerrou as ligações aéreas e marítimas com o país.

Decisão injustificada

O Qatar lamenta esta decisão coordenada. Uma nota de imprensa oficial, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar afirma que "as medidas são injustificadas e baseiam-se em alegações que não têm razão de ser". A nota acrescenta ainda que as decisões "não terão qualquer efeito nas vidas dos cidadãos e residentes".

O ministro considera também que esta decisão tem um “objectivo claro: colocar o Estado [do Qatar] sob tutela, o que constitui uma violação da sua soberania” e é “totalmente inaceitável”.

O Qatar será o país anfitrião do Mundial de Futebol de 2022.

15 dias depois da visita de Trump

A movimentação diplomática acontece duas semanas após a visita de Donald Trump à Arábia Saudita. Num discurso proferido em Riade, capital saudita, o presidente norte-americano pediu aos países muçulmanos que se recusem a ser um "santuário de terroristas".

O secretário de Estado dos EUA já reagiu. Rex Tillerson, de visita de Estado à Austrália, falou esta segunda-feira à imprensa e afirmou que não espera que esta decisão dos países do Golfo tenha um efeito significativo na luta contra o Estado Islâmico.


[notícia actualizada às 11h00]

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