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​Responsabilizar pais que não vacinam filhos? Médicos preferem diálogo

01 jun, 2017 - 12:22

O Governo quer responsabilizar os pais que recusem vacinar os filhos. A intenção é anunciada pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

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Os médicos de saúde pública não acreditam na penalização ou responsabilização dos pais como forma de melhorar taxas de vacinação.

“É fácil entrar por uma via culpabilizante e de responsabilização. Na experiência que existe a nível internacional, os casos em que a penalização, seja por multas pecuniárias, seja por redução de benefícios sociais, não apontam melhores taxas de vacinação do que nos sítios onde isso não foi aplicado”, diz à Renascença o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública.

Nestas declarações, Ricardo Mexia defende, acima de tudo, uma aposta na sensibilização e proximidade.

“O que resulta tem a ver com contactar as pessoas que não estão vacinadas, perceber porque é que isso não acontece, eventualmente ir ao encontro das pessoas, fazer a vacinação nos locais onde elas estejam, incluindo os domicílios, melhorar o sistema de informação com as vacinas que são administradas em diversos locais todas registadas nos boletins de forma, a que se possa saber, em cada momento, quem são as pessoas não vacinadas e possa intervir nesse cenário”, acrescenta.

O Governo quer responsabilizar os pais que recusem vacinar os filhos. A intenção é anunciada pelo ministro da Saúde em entrevista ao jornal "Público".

Nestas declarações, Adalberto Campos Fernandes mostra-se cauteloso mas assume que a “possibilidade mais prática” é um documento escrito.

De acordo com a Direcção-geral de Saúde (DGS), desde 1 de Janeiro e até ao dia 16 de Maio foram notificado 145 casos possíveis de sarampo, mas apenas se confirmaram as suspeitas em 29.

Dos 29 doentes que contraíram a doença, 17 não estavam vacinados; 19 tinham 18 ou mais anos e 13 foram internados, tendo 12 deles tido já alta. O outro décimo terceiro caso foi o caso da jovem de 17 anos que acabou por falecer.

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