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Acordo de Paris. Portugal diz a Trump que “não há aqui nada para negociar"

01 jun, 2017 - 21:37

Em declarações à Renascença, o ministro do Ambiente considera que a saída dos EUA do entendimento de combate às alterações climáticas é “muito negativa, grave e preocupante”.

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Trump anuncia saída do Acordo de Paris. "Trabalhadores americanos em primeiro lugar"
Trump anuncia saída do Acordo de Paris. "Trabalhadores americanos em primeiro lugar"

A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre alterações climáticas é “muito negativa, grave e preocupante” e “não há aqui nada para negociar”, afirma o ministro português do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

Em declarações à Renascença, mostra-se muito apreensivo em relação à decisão anunciada esta quinta-feira pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

“É uma decisão muito negativa, grave e preocupante. As emissões atmosféricas no mundo estão num grau muito preocupante, a temperatura está a aumentar. Dizem os estudos científicos que em 2036 atingiremos os dois graus de temperatura média acima do que era antes da Revolução Industrial e, com isso, as condições de vida no planeta vão ser muito complicadas”, afirma Matos Fernandes.

Donald Trump diz que vai tentar negociar um acordo melhore para os EUA e para o ambiente, mas o ministro do Ambiente não vê como seja possível.

“Há aqui uma expressão do Presidente Trump que eu não entendo, é quando ele diz que vai sair e vai negociar. Isto não se negoceia, é um acordo ao qual se adere ou não adere. São declarações muito preocupantes, embora ele parece deixar uma porta aberta que eu não vejo muito bem como pode concretizar-se”, refere Matos Fernandes.

O governante lembra que só dois países não concordaram com o Acordo de Paris – Síria e Nicarágua – e é “estranhíssimo” que os EUA se coloquem neste grupo.

“O compromisso português não muda, que é em 2050 sermos um estado neutro do ponto de vista das emissões carbónicas, o compromisso europeu certamente também não muda, temos ouvido muitas outras potências económicas, como a China, a dizer que vão perseverar neste compromisso, portanto não vejo o que há aqui para negociar. Não há aqui nada para negociar”, argumenta o ministro do Ambiente.

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