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Caxias. Dois meses de fuga, um recluso por apanhar e segurança reforçada nem vê-la

19 abr, 2017 - 19:37 • Liliana Monteiro

Três homens fugiram a 19 de Fevereiro. A Renascença faz o balanço do que aconteceu até agora no terreno.

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Dois meses depois da fuga de três reclusos do estabelecimento prisional de Caxias, ainda não são conhecidos resultados do inquérito interno da direcção-geral dos Serviços Prisionais nem da Policia Judiciária (PJ).

Ao que a Renascença apurou, no inquérito interno dos serviços prisionais foram ouvidos quatro guardas que se encontravam de serviço na noite de 19 de Fevereiro. Já no inquérito externo (o da investigação do Ministério Público e da PJ) não há, para já, sinal de diligências no terreno e ninguém foi ouvido. Os inspectores deslocaram-se apenas à prisão, um dia depois da fuga, para recolher indícios e provas. Subiram às torres de vigia e concluíram que, de facto, a visibilidade não é boa.

Em resposta oficial à Renascença, a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais garante que "a investigação é prioritária" e que estão a ser feitas diligências em colaboração com a Polícia Judiciária, órgão de polícia criminal responsável pela investigação, para evitar a duplicação de diligências e a "danificação" de provas.

A Renascença apurou que o director-geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, ordenou que o processo interno fique suspenso até que sejam conhecidas as conclusões da investigação do Ministério Público e Judiciária.

Cadeia ainda não teve reforço de segurança

No terreno pouco ou nada mudou para tornar a prisão mais segura. O número de guardas é o mesmo. Chegou a ser prometido pelo director-geral um reforço de três guardas que não aconteceu até ao dia de hoje. As infra-estruturas não foram reforçadas, passou apenas a usar-se a Torre 6, que estaria sempre praticamente desactivada e ficava próxima do local da fuga e tem mais visão periférica.

Em resposta à Renascença, a direcção-geral dos Serviços Prisionais garante que está previsto o reforço da instalação de rede laminada com "Razor Tape", uma rede que corta quando se tenta transpô-la. A mesma rede não impediu a fuga de um recluso no passado dia 7 em Viseu.

A Direcção-Geral dos Serviços Prisionais garante ainda que está prevista a instalação de 156 câmaras de video-vigilância (60 câmaras no reduto norte e 96 câmaras no reduto sul, uma zona onde há menos torres de vigia).

A grande maioria destas câmaras será colocada no interior do estabelecimento prisional. Não serão suficientes, só por si, para melhorar a segurança, uma vez que o rácio de guardas ali existente obriga a que se vigie as câmaras ao mesmo tempo que se tratam de outras tarefas.

Um dos reclusos ainda em fuga

Dos três reclusos que fugiram (dois chilenos e um luso israelita), dois foram localizados pelas autoridades em Espanha pouco depois da fuga. Um chegou a 30 de Março ao estabelecimento prisional de Monsanto, uma cadeia de alta segurança. Aguarda-se que o segundo chileno seja extraditado.

Quanto ao luso-israelita - mais mediático por ser activo no Facebook, onde deixa várias mensagens à justiça portuguesa e à ministra da tutela e com alegadas entrevistas onde diz ter pago a guardas para fugir - pende sobre ele um mandado de detenção internacional. As autoridades acreditam que já não se encontra no espaço europeu.

Comentários
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  • agostinho v couto
    20 abr, 2017 usa 10:19
    Se esse ,,embuste e a Ministra da justica eu sou o ,,rei de Portugal .. sinceramente ,,sera que nao havia no pais uma pessoa mais qualificada que essa senhora ,,ou sera que ,,fez jeito a alguem?
  • lima
    19 abr, 2017 porto 21:14
    Ponham lá a G.N.R., a guardar os presos e os guardas prisionais como antigamente.

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