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Reeditar acordo com a esquerda? Sim, mas só depois de eleições, diz Costa

04 abr, 2017 - 11:12 • João Carlos Malta Vídeos: Bárbara Afonso e Teresa Abecasis

Em entrevista à Renascença, o primeiro-ministro diz-se disponível para reeditar acordos à esquerda, mesmo com maioria absoluta. A experiência governativa tem funcionado bem e "em equipa que ganha não se mexe”.

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Costa não sonha com maioria absoluta e quer reeditar acordo com esquerda
Costa não sonha com maioria absoluta e quer reeditar acordo com esquerda

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O primeiro-ministro, António Costa, revelou, em entrevista à Renascença, que “não sonha com uma maioria” absoluta e está disponível para reeditar a mesma solução governativa onde caibam os partidos da esquerda parlamentar, mas só depois das legislativas porque uma coligação pré-eleitoral está fora de questão.

“Esta solução governativa é uma boa solução com maioria absoluta ou sem maioria absoluta. No final da legislatura, quando houver eleições, mesmo com maioria absoluta, da minha parte, havendo disponibilidade do BE, do PCP e do PEV para renovar este acordo, seria útil que isso acontecesse”, afirmou.

Sobre uma possível coligação pré-eleitoral com os partidos à esquerda do PS, o primeiro-ministro diz que, “manifestamente, não faz sentido”, porque as diferenças entre partidos são “profundas”.

Na entrevista à Renascença, o primeiro-ministro disse ainda que sempre sempre achou “que ia correr bem.” “Havia pessoas que achavam que eu era optimista”, lembra.

Em relação a uma possível entrada no Governo da líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, o primeiro-ministro respondeu que “a questão da entrada dos outros partidos no Governo ficou arrumada” na altura em que se discutiu os acordos à esquerda.

“Os próprios entenderam, na altura, que esse não devia ser o caminho. A experiência tem funcionado bem: todos têm mantido a margem de liberdade e a solidez necessária”, refere. “Estamos bem assim, em equipa que ganha não se mexe."

Costa acredita que não vai haver eleições antecipadas. “O país viveu anos de enorme sacrifício, enorme ansiedade no dia-a-dia das pessoas. Se há coisa que as pessoas agradecem, é o país estar a viver em normalidade”, acrescenta.

Neste novo clima, diz Costa, o Presidente da República tem um papel importante.

"Acho que o Presidente da República tem dado um excelente contributo para isso [estabilidade], acho que o Governo deve empenhar-se todos os dias para que isso aconteça, a Assembleia da República tem contribuído muito positivamente para que isso aconteça e acho que isso é essencial para que as empresas continuem a investir, os postos de trabalho continuem a ser criados, as pessoas continuem a ver o seu rendimento aumentado, poderem ter mais confiança no futuro dos seus filhos, possamos ir fazendo o nosso trabalho, acabar de arrumar a casa. Há muito por fazer”, declara.

Sobre as ambições para as próximas eleições, António Costa afirmou: "Não tenho sonhos de maioria absoluta".

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  • Jorge
    04 abr, 2017 jmanuelcp@sapo.pt 14:23
    É pacífico inferir que os portugueses estavam mesmo fartos, era da dupla: passos/portas! Portugal está muito melhor.Este acordo, com BE/PCP e consequentemente A. Costa à frente da governação do país, pode estar por muito tempo. Sociologicamente há uma maioria de esquerda estruturalmente forte. E sem querer ser sarcástico, a continuidade de Passos à frente do PSD é o oxigénio, e, a maior garantia, desta maioria, com o apoio do BE/PCP, ter continuidade por mais algumas legislações.
  • Eborense
    04 abr, 2017 Évora 12:15
    Tretas. Se tivesses maioria absoluta, nem querias ouvir mais, falar do PCP e do BE. Estás farto deles até ao último cabelo. Estás tu e está a maioria dos portugueses.
  • Luis
    04 abr, 2017 Lisboa 12:03
    E sendo assim, o diabo foi de ferias prolongadas por vinte anos. Os direitalhoPafiosos vão ficar ainda mais azedos.

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