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Paquistão ameaça redes sociais se não censurarem blasfémia

23 mar, 2017 - 16:37

Ministro do Interior diz que se as redes sociais “continuarem por este caminho” terão de ser tomadas “medidas fortes”. “Nada é mais importante que a nossa fé”, diz.

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O governo paquistanês promete retaliações contra o Facebook e outras redes sociais se estas não colaborarem com a censura a publicações consideradas ofensivas para o Islão.

As autoridades do Paquistão, um país islâmico, já tinham pedido reuniões com o Facebook e com o Twitter para discutir o assunto, mas na quarta-feira o ministro do Interior, Chaudhry Nisar Ali Khan, endureceu o discurso.

“Se não tivermos uma resposta das redes sociais, não quero saber, nada é mais importante que a nossa fé. Se as redes sociais e, sobretudo, as redes sociais internacionais, continuarem por este caminho, teremos de tomar medidas fortes contra elas”, afirmou, sem especificar de que tipo de medidas estava a falar.

Redes como o Facebook e o Twitter são muito populares no Paquistão, com dezenas de milhões de utilizadores.

A lei paquistanesa proíbe a blasfémia. Quem for condenado por profanar ou insultar o Alcorão incorre em prisão perpétua e quem difamar Maomé arrisca a pena de morte. Embora ninguém tenha sido executado ao abrigo desta lei, há dezenas de casos de mortes extrajudiciais, ou na cadeia ou depois de os suspeitos saírem em liberdade. As minorias religiosas, incluindo os cristãos, queixam-se de que a lei da blasfémia é frequentemente usada como instrumento de perseguição.

O endurecimento do discurso do Governo poderá ser uma forma de tentar apelar às bases conservadoras da Liga Muçulmana no Paquistão, o partido que venceu as eleições de 2013, antes das eleições que serão realizadas no próximo ano.

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