08 mar, 2017 - 21:18
O reitor da Universidade Nova de Lisboa não comenta as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que classificou de “incompreensível” o cancelamento da conferência do politólogo Jaime Nogueira Pinto.
Em declarações à Renascença, António Rendas rejeita a ideia de que a liberdade de expressão esteja em causa na instituição.
O reitor da Universidade Nova garante que não existiu qualquer tipo de tentativa de censura a Jaime Nogueira Pinto.
“O Professor Jaime Nogueira Pinto merece-me a maior consideração. Não tendo eu falado com ele directamente, já houve contactos e ele já aceitou participar num debate sobre o mesmo tema, que é muito importante, que será organizado dentro das próximas semanas, num clima sereno, de abertura ao diálogo e plural, que eu acho que é muito mais útil neste contexto do que qualquer opinião. Eu não tenho nenhuma censura nem acho que isso faça algum sentido”, argumenta António Rendas.
O reitor explica nestas declarações à Renascença que garantiu ao ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, que a Universidade preserva e cultiva a cultura de liberdade de expressão e reforça a ideia de que a conferência foi adiada para mais tarde.
“Eu tive informação deste processo há cerca de 48 horas. Já mobilizei um conjunto de pessoas, estou como é lógico empenhado – porque é essa a nossa cultura – em que esta possa ser uma situação natural dentro da universidade para o futuro. O que o ministro disse no Parlamento foi que falou comigo e eu transmiti-lhe que, em relação à liberdade de expressão, a Universidade Nova de Lisboa é o garante que essa cultura existe na Universidade e que faz parte da nossa forma de estar”, refere António Rendas.
A conferência devia ter acontecido na terça-feira. Promovida por alunos de um movimento designado Nova Portugalidade, tinha como temas "Populismo ou Democracia? O Brexit, Trump e Le Pen em debate".