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​Conferência cancelada "por ausência das indispensáveis condições de normalidade"

07 mar, 2017 - 21:19

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa esclarece polémica sobre conferência com o politólogo Jaime Nogueira Pinto.

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A direcção da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa esclarece que cancelou a conferência do politólogo Jaime Nogueira Pinto por "ausência das indispensáveis condições de normalidade".

A conferência-debate estava anunciada na página da rede social Facebook do movimento Nova Portugalidade e marcada há cerca de duas semanas para se realizar esta terça-feira, às 18h30, nas instalações da faculdade, mas foi cancelada a pouco mais de 24 horas da hora marcada.

Em comunicado, a direcção explica que nos últimos dias chegaram ao seu conhecimento, "por diversas vias, incluindo comunicações por e-mail e telefonemas, preocupações concretas e indicações relativamente à inexistência de condições de normalidade e de serenidade em que o evento deveria ter lugar".

Na nota à comunicação social, a direcção da faculdade, liderada por Francisco Caramelo, refere que foi reservado um auditório para a conferência, que originalmente se debruçava sobre a temática dos populismos à esquerda e à direita, a pedido da Associação de Estudantes e em nome de um núcleo de estudantes da FCSH/NOVA ligado à Nova Portugalidade, organização exterior à faculdade.

Já depois de a reserva ter sido pedida pela Associação de Estudantes e aceite pelo Conselho Pedagógico, os estudantes em Reunião Geral de Alunos (RGA) votaram uma moção exigindo o cancelamento do evento, não tendo sido este autorizado pela direcção da FCSH/NOVA.

No entanto, as preocupações e a apreciação de que não existiam condições de normalidade para que o evento pudesse decorrer "com a dignidade que o convidado e o tema em discussão mereciam" levou a direcção a decidir pelo cancelamento.

A direcção da Faculdade refere ainda que não atribui responsabilidade à Associação de Estudantes da FCSH/NOVA, afirmando que esta nunca colocou em causa a conferência nem o conferencista, mantendo sempre o diálogo com a direcção.

Disse ainda que contactado o conferencista a quem foi explicada a situação.

Segundo a nota, Jaime Nogueira Pinto foi também convidado pelo director da faculdade para, num contexto apropriado e muito proximamente, deslocar-se à FCSH/NOVA, para participar num debate alargado sobre problemáticas muito actuais, nomeadamente os populismos e também a liberdade de expressão.

Na sequência deste caso o CDS-PP pediu esta terça-feira esclarecimentos ao Governo considerando o cancelamento da conferência como um "ataque à liberdade de expressão e ao pluralismo democrático".

Entretanto, a Associação 25 de Abril criticou o cancelamento da conferência na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa com o politólogo Nogueira Pinto e disponibilizou as suas instalações para a realização do encontro.

Em comunicado, a Associação 25 de Abril, liderada por Vasco Lourenço, decidiu "manifestar ao Prof. Nogueira Pinto o repúdio por este silenciamento da sua opinião e disponibilizou as suas instalações para a realização da conferência, se assim o entender".

Comentários
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  • Barsanulfo
    08 mar, 2017 alcains 10:38
    Conferência cancelada "por ausência das indispensáveis condições de normalidade" Claro, esta excreção biliar salazarenta, reune todas as condições dispensáveis, para não ter palco !!!!!
  • PAULO
    08 mar, 2017 PORTO 00:15
    Estes putos INCULTOS que se calhar não sabem a TABUADA e que se lhe perguntarem quem foi Salazar ou Marcelo Caetano o mais provável é que digam que forma ministros após o 25 de Abril , obedecem às ORDENS dos superiores hierárquicos ( BE e PCP ) . Não sei o que fazem numa FACULDADE, visto não conseguirem DISCUTIR IDEIAS DIFERENTES . Têm PALAS como os BURROS e só conseguem ver o caminho que as ditas palas permitem .
  • António Carlos
    07 mar, 2017 SINTRA 23:30
    Este é daqueles que julga que o Salazar ainda está vivo
  • Jose Morais
    07 mar, 2017 Lousada 22:58
    Lá vem o habitual branqueamento de um acontecimento grave em que a esquerda radical, pela mão e voz de duas dúzias de fedelhos, silenciou uma voz com quem não concordava. Começa a ser habitual este politicamente correto que silencia ardilosamente as vozes contrárias ou discordantes. E sobre o assunto, o Presidente da República mantém um silêncio ensurdecedor. Deve estar a tirar selfies e a falar em descrispação.
  • tugatento
    07 mar, 2017 Amarante 21:50
    Esta cambada de putos,estes sim a geração rasca, sem nenhum respeito pela opiniao dos outros, gerem instalações publicas, e repito publicas como se fossem uma coutada . A Universidade é publica, não é de meia duzia de fedelhos armados em censores.

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