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Eles defendem os imigrantes contra Trump

04 fev, 2017 - 17:00 • Filipe d'Avillez

Das várias medidas de Trump nestes primeiros 15 dias de presidência, a proibição de entrada de refugiados e de cidadãos de sete países muçulmanos é a que merece mais contestação dentro da própria administração.

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Uma das medidas mais controversas do Presidente Donald Trump foi a proibição de entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países de esmagadora maioria muçulmana e de candidatos a asilo e refugiados.

A medida abrange cidadãos do Iraque, Irão, Líbia, Sudão, Iémen e Somália, mesmo que tenham dupla nacionalidade e sejam também cidadãos de outros países não incluídos na listagem. A medida foi apresentada como temporária, mas começou logo por causar o caos não só nos aeroportos, onde uma centena de pessoas acabaram retidas apesar de em muitos casos terem autorizações de residência e vistos legais para entrar no país, mas também em embaixadas e consulados americanos em todo o mundo.

A reacção não se fez esperar. Milhares de pessoas foram espontaneamente para os aeroportos pedir a libertação das pessoas retidas; advogados ofereceram os seus serviços e finalmente uma juíza federal agiu, impedindo a deportação das pessoas retidas, embora não tenha ordenado a sua libertação.

Organizações como a American Civil Liberties Union têm liderado a oposição e apenas num fim-de-semana a ACLU recebeu seis vezes mais donativos do que a sua média anual.

Mas mesmo dentro da administração americana houve revolta. Mais de 200 funcionários do Departamento de Estado, equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, assinaram um memorando contra a medida e a procuradora-geral em funções, nomeada por Obama, foi despedida por Trump depois de ter manifestado publicamente dúvidas sobre a constitucionalidade da medida e ter dito que não pretendia defendê-la em tribunal.

A legalidade da ordem executiva de Trump foi imediatamente contestada, uma vez que as pessoas retidas são impedidas de aceder aos mecanismos legais de defesa e, aparentemente, poderá haver também uma situação de discriminação religiosa. É que embora Trump tenha dito que esta ordem não é dirigida a muçulmanos – e é verdade que há muitos países muçulmanos fora da lista – apenas os cidadãos muçulmanos desses estados estão abrangidos, pois abrem-se excepções para membros de minorias religiosas e Trump disse mesmo que queria privilegiar a entrada de refugiados cristãos de países como a Síria, pela discriminação que têm sofrido.

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Um juiz federal de Seattle, Estados Unidos, ordenou na sexta-feira a suspensão temporária, a nível nacional, da medida. A ordem temporária do juiz James Robart mantém-se válida em todo o país até ser feita uma revisão completa da queixa apresentada pelo procurador-geral de Washington, Bob Ferguson.

O departamento da alfândega e protecção fronteiriça, a agência federal encarregada da imigração, informou este sábado as transportadoras aéreas que os vistos dos cidadãos dos países em questão – Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen — voltam a ser válidos e devem aceitar os passageiros nos seus voos. O departamento informou também as companhias aéreas que os detentores de um visto de refugiado têm entrada autorizada.

Juízes federais de vários outros estados norte-americanos agiram contra a ordem executiva de Trump desde que entrou em vigor na sexta-feira, mas a decisão de Robart é aquela com maior alcance até agora.

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  • Pinto
    05 fev, 2017 Custoias 23:20
    O problema não são os imigrantes é a expansão do islamismo.
  • Alberto
    05 fev, 2017 FUNCHAL 14:33
    Trump APENAS COPIOU Obama - o querido da Comunicação Social; são EXATAMENTE OS PAISES QUE OBAMA NOMEOU como a origem do terrorismo.
  • Pinto
    04 fev, 2017 Custoias 23:49
    Alguém conhece terroristas saídos da religião cristã? O sheik Abdul Aziz bin Abdullah, o grão-mufti da Arábia Saudita, maior líder religioso do país onde Maomé nasceu, declarou que é “necessário destruir todas as igrejas cristãs. No Oriente Médio, os cristãos estão enfrentando a perseguição, incluindo a morte, nestes últimos meses. Especialmente nos países onde as facções militares islâmicas têm aproveitado o vácuo do poder criado pelas revoluções da chamada “Primavera árabe”, como Egipto, Líbia, Tunísia, Jordânia, Marrocos, Síria e Iêmen. "Imaginem o que aconteceria se um equivalente cristão do grão-mufti, digamos o Papa, declarasse que todas as mesquitas da Itália devessem ser destruídas, imaginem o frenesim dos mídia ocidentais. Uma mulher árabe que trabalha como tradutora em vários campos de refugiados alemães, revelou agora que os imigrantes muçulmanos mostram “puro ódio” por aqueles que são cristãos e querem converter a Europa ao Islão. Algumas mulheres refugiadas disseram : ‘Nós vamos multiplicar o nosso número. Precisamos de ter mais filhos que os cristãos pois esta é a única maneira que temos de destruí-los". ( Jihadistas contra o Natal)...Sultão do Brunei proíbe Natal....Somália: Natal é banido por ser contrário à cultura islâmica......Tajiquistão: Celebrações natalícias banidas neste país "moderado" ....Alemanha: cristãos atacados após celebração de Natal. Muçulmano grita "Eu sou muçulmano. O que são vocês?".Como podem os governos serem tão cegos?
  • Pinto
    04 fev, 2017 Custoias 21:33
    Deus queira que não haja mais torres gémeas abatidas e depois quero ver o ai jesus.

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