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​Marcelo tem "opinião" sobre eutanásia, mas reserva-a para "não crispar" debate

31 jan, 2017 - 23:10

Presidente da República garante que, na devida altura, "quando tiver de intervir, não deixará de intervir".

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta terça-feira que tem "uma opinião" sobre a questão da eutanásia, mas voltou a reservá-la para mais tarde, para "não crispar" um debate que quer "amplo e profundo".

No final de uma visita às urgências do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, onde serviu refeições como "voluntário honorário", o chefe de Estado lembrou que a sua experiência de voluntariado em hospitais foi na área dos cuidados paliativos, onde contactou com muitos doentes terminais.

"É uma matéria que eu conheço razoavelmente bem, que acompanhei, sobre a qual tenho opinião, mas relativamente à qual a minha posição tem sido firmemente a mesma: é importante que haja um debate amplo e profundo na sociedade portuguesa", disse, repetindo um apelo já lançado de manhã.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente "não deve estar a pronunciar-se" sobre a morte medicamente assistida, num momento em que há "duas posições contraditórias" e em que haverá diferentes projectos legislativos.

"Na devida altura, quando tiver de intervir, não deixará de intervir", assegurou.

Marcelo não quer condicionar debate

Questionado sobre se assinaria alguma das duas petições já entregues no Parlamento - uma a favor e outra contra a despenalização da eutanásia - caso não fosse Presidente da República, o chefe de Estado respondeu apenas: "Se não fosse Presidente (...) não era Presidente, mas como sou Presidente, sou Presidente".

"Isso descrispa a sociedade, porque assim as pessoas não se sentem condicionadas no seu debate. Se o Presidente da República disser: 'defendo um amplo debate, mas debatam o que debaterem, eu defendo isto e vou fazer isto'(...). Isso é que era crispar a sociedade portuguesa", defendeu, escusando-se igualmente a pronunciar-se sobre se deve ou não realizar-se um referendo sobre esta matéria.

Durante mais de uma hora, o Presidente da República serviu refeições nas urgências do Hospital São Francisco Xavier, tendo recebido uma bata e um cartão de voluntário honorário, para o efeito.

À chegada ao hospital tinha à sua espera a antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite, que preside à Liga dos Amigos do Hospital São Francisco Xavier, que coordena as acções de voluntariado e entidade da qual partiu o convite ao Presidente da República.

"O meu objectivo foi sobretudo dar um sinal de apoio aos meus colegas voluntários, têm um mérito enorme, não é apenas o servir as refeições, é o acompanhar, ouvir a história, faz toda a diferença", explicou, no final, em declarações aos jornalistas.

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  • João
    01 fev, 2017 covelo 11:01
    Estou desiludido com este presidente (é que eu votei nele). Porque não te calas? É obvio que ele tem uma opinião, todos nós temos uma opinião! Tens que te habituar a fechar a matraca. O Prof Marcelo já não é comentador da televisão. Até porque a opinião dele conta para pouco! E que conta foi o juramento que ele fez. Ele jurou defender a Constituição e é para isso que ele lá está. A prova que as opiniões dele não valem nada é que o veto presidencial só serve para as leis voltarem ao parlamento e serem aprovadas outra vez! Agora o juramento que ele fez já é outra coisa. Se os deputados legislarem no sentido contrário à constituição aí sim ele tem que intervir! Na minha opinião, a despenalização à morte assistida é uma violação do art 24º da Constituição. Por isso o sr Marcelo só tem que se pronunciar sobre isso e mais nada!
  • rosinda
    01 fev, 2017 palmela 01:50
    o que sera que interessa aos portugueses o que ele podia fazer antes?
  • rosinda
    01 fev, 2017 palmela 01:46
    Quem se lembrou de perguntar ao presidente se ele assinava uma petiçao e um projecto de jornalista!
  • Joaquim Soares
    31 jan, 2017 Famalicão 23:49
    Que desculpa esfarrapada do nosso Presidente, é como o outro eu sou o ultimo a falar!!!!! Diz o Sr. Presidente que não deve estar a pronunciar-se sobre a morte medicamente assistida, considero uma optima opção, deixe este assunto para os especialistas de medicina, pois há muitos outros problemas que o Sr. poderá intervir e ajudar a resolver.

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