21 jan, 2017 - 10:33
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Pelo menos 161 protestos estão agendados em mais de 60 países dos sete continentes. Nos Estados Unidos, estão previstas mais de 350 manifestações.
Em Portugal também há protestos agendados, nomeadamente a Marcha das Mulheres contra o novo presidente dos Estados Unidos da América que vai decorrer em cinco cidades.
Em Lisboa o protesto acontece junto à embaixada norte americana e no Porto, a iniciativa vai decorrer na Praça dos Poveiros, mas estão previstas marchas também em Coimbra, Braga e Faro.
Segundo a organizadora da marcha em Lisboa, Joana Grilo, o protesto pretende ser uma tomada de posição contra os comentários sexistas de Donald Trump durante a campanha presidencial:
“Todos os colectivos, desde LGBTQI, racismo, xenofobia, imigração, todos sentimos na pele que as coisas vão andar para trás e que não podemos deixar. Estas coisas acontecem lá fora, mas é um país com um grande poder de comunicação, um país muito poderoso e estamos a começar a ver na Europa também. Por isso é hora de sair à rua, de dizer que não vamos deixar que isto aconteça.”
“Sabemos que os direitos que temos adquiridos neste momento existem porque houve muita luta por trás, e não podemos deixar que haja um retrocesso. Não é porque hoje se vive num ambiente que parece à primeira vista pacífica… De um momento para o outro as coisas alteram-se de uma forma muito rápida”, afirma Joana Grilo.
Pró-vida não entra
A marcha das mulheres é uma iniciativa que começou nos EUA. Esperam-se este sábado centenas de milhares de pessoas em Washington para participar nesta manifestação, que começou por pretender ser generalista, para chamar a atenção para a importância dos direitos das mulheres, mas já se tornou bastante politizado.
Quando a “New Wave Feminists” pediu para ser uma organização parceira do movimento a resposta foi positiva, mas cedo começaram as reclamações por parte de algumas participantes, dizendo que a identidade pró-vida do grupo era incompatível com os objectivos da marcha.
Então a organização apressou-se a dizer que a aprovação das “New Wave Feminists” afinal tinha sido um erro e actualizou o seu site, passando a incluir o direito ao aborto entre aqueles que visa defender.
A decisão motivou uma grande discussão nas redes sociais, com muitas mulheres a lamentar o facto de, afinal, esta marcha não ser para todas as mulheres mas só para algumas.