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Faltam creches em Vimioso. Mónica leva bebé para o trabalho e a patroa muda-lhe as fraldas

17 jan, 2017 - 10:10 • Olímpia Mairos

O concelho do distrito de Bragança foi pioneiro no apoio à natalidade, mas tem "apenas quatro amas sociais". Em 2016, nasceram 26 crianças.

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Não há uma creche em Vimioso. O concelho do distrito de Bragança que foi pioneiro no apoio à natalidade tem “apenas quatro amas sociais”, que cuidam de 16 crianças até aos três anos de idade.

Uma realidade que preocupa o presidente da Câmara. Jorge Fidalgo reclama à Segurança Social com carácter “de urgência”, a resolução do problema da falta de uma creche no concelho.

“Temos feito esforços para criar políticas activas para a fixação de jovens casais no território e com a falta deste equipamento é praticamente impossível”, lamenta.

Em 2016, nasceram no concelho de Vimioso 26 crianças. Destas, duas dezenas residem na sede de concelho. “Não há dia nenhum que não venham pais queixarem-se de que não têm um local onde deixar os seus filhos”, confidencia o autarca.

É o caso de Ricardo Pereira, bombeiro de profissão. Sem outra alternativa para a bebé de cinco meses, que a mulher tem de levar para o trabalho. “Esta situação causa-nos muitos transtornos, já que o local de trabalho da minha esposa não tem condições de conforto para que uma criança de tão tenra idade possa passar o dia”, conta à Renascença.

Mónica Pereira também não tem outra solução que não seja levar a filha de meses para o supermercado onde trabalha. Fá-lo diariamente até às 20h00, horário de saída.

Esta mãe conta com a compreensão do gerente do supermercado e confidencia: "[Enquanto estou a trabalhar, é] a patroa que cuida da minha filha, pega nela, dá-lhe de mamar e muda-lhe a fralda”.

Há pais a pensar ir viver para concelhos vizinhos

Face a esta situação o autarca de Vimioso mostra-se disponível para, em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia de Vimioso (SCMV), disponibilizar um espaço com condições “condignas” para a entrada em funcionamento de uma creche, de forma imediata.

“Há uma solução para resolver esta necessidade e que passa pela Segurança Social poder financiar de imediato, em colaboração com o município, os primeiros meses de funcionamento da creche”, revela, sublinhando que “não podem deixar que a situação se agudize, porque já há pais a equacionar em viver noutros concelhos vizinhos, porque não têm onde deixar os filhos”.

O Instituto da Segurança Social (ISS) avança que “as hipóteses de solução do problema, a curto prazo, passam por se desbloquear o acesso ao Curso de Formação Inicial de Certificação de Competências para as candidatas a amas”.

O organismo não afasta a possibilidade de vir a celebrar “um acordo de cooperação para creche com a SCMV nos moldes que vierem a ser definidos para 2017, estando, de resto, já priorizada a resposta em sede de mapeamento da Segurança Social”.

Comentários
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  • Francisco Torres
    17 jan, 2017 Viana do Castelo 14:19
    40 anos de politicas anti-natalidade, para agora os mesmos virem reclamar a necessidade de abertura das fronteiras aos mulçulmanos para renovar a população e suportar o crescimento económico!!!!...Algo aqui cheira muito mal!!!
  • jose gujirom
    17 jan, 2017 azambuja 13:52
    Mal do País, existem creches, e dinheiro para as pagar.. OMN, dá para passar Fome.
  • desatina carreira
    17 jan, 2017 queluz 13:41
    estou comovido
  • Jacinto Capelo
    17 jan, 2017 Agualvim 12:11
    A patroa é atenciosa ao dar de mamar e mudar a fralda à criança.

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