Emissão Renascença | Ouvir Online
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

​Almaraz e a utilidade da UE

02 jan, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Há reais possibilidades de as águas do Tejo que chegam a Portugal serem contaminadas.

Em 4 de Fevereiro passado o ministro português do Ambiente afirmou que um dos primeiros assuntos a tratar com o seu homólogo espanhol seria a central nuclear de Almaraz, a 100 km da fronteira portuguesa e perto do rio Tejo.

Só no início de Novembro houve governo em Madrid, mas, entretanto, muito se falou dos perigos de Almaraz, central com mais de 30 anos, o seu prazo normal de vida. Em Junho até houve uma manifestação luso-espanhola contra a continuidade da central.

Sem informar o executivo português, o novo governo de Rajoy não só autorizou o prolongamento por mais 20 anos daquela central como deu luz verde à construção de um armazém de resíduos nucleares. Ora estes são muito perigosos e permanecem durante milhares de anos.

Há reais possibilidades de as águas do Tejo que chegam a Portugal serem contaminadas.

O comportamento do executivo de Rajoy é inaceitável e desmente as “juras de amor” que políticos espanhóis e portugueses costumam fazer entre si. Resta, agora, a queixa portuguesa a Bruxelas. Talvez alguns percebam a utilidade da UE quando se trata de proteger países pequenos ou médios contra a prepotência dos grandes.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Gonçalo Alexandre
    03 jan, 2017 Guarda 06:08
    Os lendários ''bons ventos e bons casamentos''!!! Mas alguém acredita que um poder que durante mais de 800 anos tentou conquistar Portugal por todos os meios e que ocupa Olivença faz o que faz com o Tejo, faz transvazes ilegais nos rios, que a banca nacional está debaixo das ''botas'' da espanhola e muito mais, subitamente se tornou ''amigo'' e ''nuestro hermano'' nos últimos 20/30 anos?!!! Quem acredita nisso? Continuem as autoridades nacionais a ter a atitude de conde andeiro e miguel de vasconcelos em relação ás autoridades espanholas, esse escorpião oculto que são, que mais cedo do que pensam vão-se arruinar e sobretudo, eles nem querem saber, desgraçarem o Povo Português como sempre têm feito. Enfim!!! Acordem para a realidade!
  • MASQUEGRACINHA
    02 jan, 2017 TERRADOMEIO 18:33
    Se alguma coisa tiver a possibilidade, ínfima que seja, de correr mal, correrá mal - e, no que toca ao nuclear, já tivemos exemplos de sobra a confirmar este princípio. E as consequências do correr mal são de tal magnitude que nenhum benefício justifica a construção de novas centrais, quanto mais a manutenção de centrais obsoletas ou a criação de vazadouros perigosíssimos - para mais ao lado da cisterna do vizinho. Sempre houve outras opções, e hoje isso é mais claro do que nunca, o que não falta são energias alternativas - assim haja vontade política de nelas apostar seriamente. Não há cálculo de custo/benefício que torne aceitáveis os custos humanos e ambientais de um não só possível, como muito provável, acidente, ou "incidente", como muitos preferem dizer. Quanto à queixa a Bruxelas, suponho que o Sr. S. Cabral esteja a ser irónico no último período do texto. Seja como seja, incluo-me nesses alguns que esperam para ver, não só o que Bruxelas fará à queixa portuguesa, como o que fará o governo português caso a coisa entorte para o lado do costume. Estão ressentidos, os nuestros hermanos, com a história dos "rochedos", que não lhes tem corrido tão bem como supunham, apesar da esperteza dos "canários enganados", que não chegou aos calcanhares da do nosso Marcelo, contra ventos e marés, a fazer visita presidencial ao pedaço longínquo de território nacional. Foi para isto que os reis de Espanha vieram a Portugal.
  • José Ferreira da Sil
    02 jan, 2017 Bruxelas 16:01
    Tem toda a razão . Era melhor o rei de espanha não ter vindo a Portugal.