20 dez, 2016 - 20:22
Nuno Morais Sarmento admite que o PSD venha a apoiar a candidatura autárquica de Assunção Cristas a Lisboa, mas avisa que esse apoio não pode ser visto como uma solução de recurso. No programa Falar Claro da Renascença, onde é comentador habitual, o antigo ministro e dirigente social-democrata criticou a forma como o seu partido tem conduzido o processo autárquico.
“O PSD tem tido um comportamento absolutamente autofágico neste processo, ao tratar desta forma e na discussão pública um tema que só faz sentido que seja tratado na reserva da relação entre os dois partidos”, afirmou Morais Sarmento, para quem este processo “nasceu do tecto para o chão e não do chão para o tecto”.
Para Morais Sarmento, o apoio do PSD à candidatura de Assunção Cristas será sempre uma “relativa surpresa” se acontecer, pela forma como todo o processo tem vindo a decorrer.
“Não vejo que exista algum obstáculo de princípio a que o PSD apoie uma candidatura do CDS à Câmara de Lisboa, mas, para que isso aconteça, tem de ser justificado e desejado pelos dois partidos e nunca surgir como uma solução de recurso ou de mal menos”, afirmou no programa Falar Claro, onde, ainda assim, admitiu que o “PSD tem militantes que podem encabeçar uma candidatura à Câmara de Lisboa”.
A “candidatura natural” seria a de Pedro santana Lopes, o que para Morais Sarmento justifica que o PSD tenha aguardado durante algum tempo. Mas, enquanto aguardava, o partido deveria de, ao mesmo tempo, ter considerado outras alternativas.
Agora, “o calendário ideal para o PSD é apresentar uma candidatura tão cedo quanto possível”, seja uma candidatura própria, seja o apoio a outro candidato.