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O mundo não se pode calar. Beja sai à rua pela paz

13 dez, 2016 - 07:28 • Rosário Silva

Cáritas reforça necessidade de não se ficar alheio aos acontecimentos gerados pela guerra, “sob pena de sermos cúmplices de um verdadeiro massacre que deveria envergonhar o mundo”.

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A Cáritas Diocesana de Beja convida toda a comunidade para uma manifestação pública pela paz, num “alerta para a situação ultrajante em que vivem muitos migrantes por causa da guerra”.

A iniciativa acontece esta terça-feira e surge na sequência da campanha nacional “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz”. Para chegar mais longe, a Cáritas e o seu projecto “+ Próximo” em colaboração com diversos grupos, paróquias, escuteiros, escolas e parceiros da rede social, unem-se numa atitude de alerta para a situação em que vivem muitos migrantes.

“Estão a passar uma fase horrível, à procura das mais básicas condições para a sua subsistência e esta é uma forma de alertar, mas também de nos e obrigar-nos a não sermos cúmplices deste massacre que nos envergonha”, refere à Renascença Fátima Prazeres.

A vice-presidente da Cáritas bejense reforça a necessidade de não se ficar alheio aos acontecimentos gerados pela guerra, em particular no Médio Oriente e na Síria, “sob pena de sermos cúmplices de um verdadeiro massacre que deveria envergonhar o mundo, particularmente os que têm responsabilidades políticas”.

No Natal, é habitual “estarmos com a família, ter uma mesa farta e distribuir presentes”, mas “temos de nos lembrar de quem nada tem e quando digo nada, é mesmo nada”, destaca a responsável.

“São pessoas como nós”, acrescenta, “que se vêem obrigadas a fugir do seu país porque vivem situações que ferem gravemente a sua dignidade e colocam em risco a sua sobrevivência e das suas famílias”.

As Portas de Mértola, na cidade de Beja, foi o local escolhido para a manifestação pela paz, às 17h00, mas a iniciativa alarga-se a toda a diocese, já que muitas paróquias aderiram.

“Vamos ter formas diferentes de nos manifestarmos de acordo com quem organiza. Nuns pode haver cânticos, noutros minutos de silêncio, música, dança, aquilo que for, desde que reúna gente de boa vontade” que queira apoiar este gesto simbólico.

“Nós sabemos que não vamos conseguir a paz”, diz Fátima Prazeres, mas “podemos reflectir e pode ser já esta terça-feira quando nos juntarmos numa primeira iniciativa do género que pode vir a ter continuidade”.

Aos participantes é apenas pedido que levem consigo uma vela.

“Pode ser a da nossa da campanha ‘10 Milhões de Estrelas’, mas pode ser uma outra qualquer. O importante é que façam parte deste grupo, dando visibilidade a um gesto simples para dizermos que, aqui em Beja, estamos contra a guerra e queremos ajudar quem não vai ter um Natal como nós nem tem as mais básicas condições de sobrevivência”, remata a vice-presidente da Cáritas Diocesana de Beja.

Comentários
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  • Ora bem!
    13 dez, 2016 dequalquerlado 10:59
    O grande problema muitas vezes destas guerras, destas matanças, de tanto sofrimento, fome e destruição, deve-se: por um lado, às bestas humanas que gostam de fazer guerras, sentem prazer em matar, anseiam pela ganancia do poder e riqueza e querem ser os donos do mundo. Desde a história que tem sido sempre assim. É sempre o poder do mais forte sobre o mais fraco. A estupidez, a cobardia, o egoísmo e a falta de respeito e de escrúpulos nunca tiveram limites no ser humano. Basta olhar para a história e o que se vê são ações desprezíveis, desumanas, monstruosas, de gente que estava ligada ao poder, que inventava técnicas de tortura e que matavam da forma mais dolorosa, nojenta, desumana, fria, sem piedade, monstruosa, que ultrapassa a compreensão humana. Faziam disto o seu passa tempo preferido, para poderem satisfazer os seus caprichos e ideais, as bestas sem sentimentos...Quantos milhares e milhares e milhares de inocentes não morrerem ao poder de meia duzia de bestas poderosas, de mentes doentias e loucas....Neste médio oriente, estes povos pararam no tempo e até usam das mesmas práticas muitas vezes hoje em dia. O problema está nas culturas, na educação que vai passando de pais para filhos e sem haver mudança de mentalidade. Hoje em dia ainda fazem os crimes de honra e não é preciso ser se terrorista. Por outro lado é como diz o tuga e tem toda a lógica. Por isso e infelizmente as guerras não acabam. Enquanto uns as fazem, outros as apoiam....
  • tuga
    13 dez, 2016 lisboa 09:22
    É tudo muito bonito muito romântico, mas deve-se ir ao fundo da questão e pedir a condenação dos países ocidentais que hipocritamente são muito humanos mas alimentam grupos de terroristas que fazem a guerra para conquistarem o petróleo e interesses geoestratégicos e económicos naquela região!!!!
  • Joaquim Galvão
    13 dez, 2016 lisboa 09:12
    E porque não fazer o mesmo em Lisboa, no Porto, em Coimbra e por todo o país? Até em dia e hora concertada a nível nacional. Será que somos indiferentes à paz e só corremos atrás da bola?

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