02 dez, 2016 - 19:24
A operação de aterragem da TAP, que está sob investigação em Espanha, decorreu dentro do mínimo de tempo legal exigido e “tudo funcionou como devia funcionar”, afirma o presidente da Associação de Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA), Miguel Silveira.
A TAP está a ser investigada em Espanha por ter pedido prioridade na aterragem em Santiago de Compostela por emergência de combustível, num voo Funchal-Porto. A companhia garante que nunca esteve em causa a segurança da operação.
“A TAP é um exemplo pela positiva de como a regulamentação, o planeamento de uma empresa e o planeamento de execução de um comandante, de acordo com as regras, aterra em plena segurança”, diz Miguel Silveira à Renascença.
O presidente da APPLA defende que não houve erro por parte do comandante da aeronave e atribuiu a responsabilidade da situação aos serviços de tráfego aéreo.
“Só quando [o avião] está a ir para o seu [aeroporto] alternativo, Vigo, é que os serviços de tráfego aéreo informam o comandante: ‘Olhe, atenção que Vigo está cheio para a sua capacidade de aviões’. Como é que é possível deixarem uma aeronave estar em espera, tentar uma aproximação, ir para o alternativo, alternativo esse que é o que está no plano de voo, e só depois é que dizem que o alternativo não o pode aceitar?”, afirma Miguel Silveira.
O presidente da APPLA acrescenta ainda que o avião descolou de Funchal com combustível a mais, devido ao mau tempo que se fazia sentir no Porto. Ao chegar aos mínimos de combustível, o comandante não terá visto a pista de aterragem e prosseguiu para o destino alternativo, Vigo, de acordo com um “segundo plano de contingência” que accionou. Contudo, devido à impossibilidade de aterragem em Vigo, deslocou-se para o aeroporto de Santiago de Compostela.
O presidente da APPLA acrescenta que “a investigação em Espanha é uma coisa normalíssima”, dado que sempre que um avião declara emergência de combustível é feita uma auditoria à companhia aérea pelas autoridades.