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Berardo e o empréstimo de 2,9 milhões. "Quanto é? Não me considero devedor a ninguém”

23 nov, 2016 - 17:42 • José Carlos Silva

Caixa Geral de Depósitos avançou para a justiça para recuperar valor. Em declarações à Renascença, o empresário diz que “ninguém está livre” de problemas, mas deixa o caso nas mãos dos seus advogados.

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Joe Berardo não se considera devedor a ninguém nem se mostra minimamente preocupado com a acção de execução contra si interposta pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) no valor de 2,9 milhões de euros.

Em declarações à Renascença, enquanto esperava pelo jogo de futebol Besiktas – Benfica, o empresário disse que só teme quem deve e que esse não é o seu caso.

Joe Berardo lembra que “ninguém está livre” de problemas, mas deixa o caso e a sua defesa nas mãos dos seus advogados.

Questionado sobre o que vai fazer para tentar evitar o pagamento dos 2,9 milhões de euros à CGD, o comendador pergunta: “Quanto é?” e explica que o seu advogado “está a tratar” da situação.

O empresário madeirense, proprietário de uma vasta colecção de arte contemporânea, garante que o seu património não fica em causa e argumenta que não deve nada. “Não. Com 2,9 milhões, não [risos]. Qual verba? A pessoa só paga se está a dever. Não me considero devedor a ninguém”, sublinha.

No início de Setembro foi noticiado que a Caixa avançou para tribunal para tentar recuperar 2,9 milhões de euros emprestados a Joe Berardo há cerca de uma dezena de anos para comprar acções do BCP.

"Faço isto em nome da cultura"

Joe Berardo assinou esta quarta-feira um protocolo com o Estado português e a fundação CCB, que estabelece que a sua colecção irá ficar no Centro Cultural de Belém pelo menos até 2022.

Em declarações à Renascença, lamenta que a colecção não esteja num espaço seu, apesar de reconhecer que o Centro Cultural de Belém é uma boa montra.

“Eu queria fazer de outra maneira, mas compreendo que, politicamente, era mais difícil fazer como eu gostava. Temos que ceder na vida para chegar a uma solução de equilíbrio para os dois lados. Como faço isto para o bem da cultura… Por exemplo, tenho outros cinco museus sem apoio nenhum do Governo, aí quem manda sou eu. Aqui não é o caso. Aqui é a parte de um lugar para Lisboa que é muito bom”, refere o coleccionador.

O coleccionador Joe Berardo teve de fazer "algumas cedências" no novo acordo com o Governo, como as entradas passarem a ser pagas.

Os preços dos bilhetes e a manutenção ou renovação da equipa do museu deverão ser questões a analisar pelo conselho de administração da Fundação Berardo até ao final do ano.

O Museu Berardo abriu em Junho de 2007 com um acervo inicial de 862 obras da colecção de arte do empresário avaliadas um ano antes em 316 milhões de euros pela leiloeira internacional Christie's.

Comentários
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  • Augusto Nobre
    26 nov, 2016 viseu 19:43
    A dívida deste indivíduo à CGD ultrapassa os 2.7 mil milhões que o Estado vai lá pôr para recapitalizar. Uma vergonha. Ninguém é culpado.
  • Jota
    23 nov, 2016 Porto 23:46
    O Zé paga, não se preocupem com isso,
  • Catarina Pereira
    23 nov, 2016 Lisboa 23:38
    Nem tu...nem o Luis Filipe Vieira ao BES...(esse com a agravante de traficar droga, ter construções ilegais em Alverca e negocios com a Isabel dos Santos ilícitos e de lavagem de dinheiro) É o nosso país...fazer o quê?? Não queres ser acusado Berardo....torna-te presidente do SLB e tudo te é perdoado...
  • Zé Brasileiro
    23 nov, 2016 Braga 22:30
    Senhor ANTONIO FERREIRA , pelo seu comentário um pouco mais abaixo receba um grande e sincero aplauso . Parabéns pelo seu comentário . Bem haja . Saúde e muita sorte .
  • 23 nov, 2016 aldeia 21:23
    "Ninguém" está livre de problemas,mas nem todos tem milhões em património e dinheiro,nem advogados para contestarem dívidas,a maioria se deve,tem de pagar,senão até a casa lhe tiram,ou o carro ou a tv. é esta a diferença.
  • jorge m
    23 nov, 2016 coimbra 21:15
    Este sujeito aparecia montes de vezes no tempo do Mr. Socrates - -o empréstimo é de 2006. Desde 2011 nunca mais o vi na TV. E agora não deve nada a ninguém. E quem lha paga para ter os tarecos no CCB?? Foi o Socrates que começou e o Costa continua??
  • Antonio Ferreira
    23 nov, 2016 Porto 20:57
    Isto não é um país, é um sítio mal frequentado ! Se isto fosse um país, os canalhas não tinha estes comportamentos. O Sr. Berardo, fala assim porque os políticos deste país que lhe deram cobertura e o dinheiro para dar um golpe no BCP, faziam todos parte desta rede mafiosa. Eu pergunto que moral têm os políticos deste país para pedir o que quer que seja ao povo; que trabalha, tem de cumprir as leis, e se não cumprirem vão-lhes penhorar os bens ( casas, etc. ). Quem tem moral para exigir o que quer que seja ao povo quando estes canalhas têm este comportamento e, ainda gozam com tudo isto. Eles têm tanta confiança no sistema e na rede de que fazem parte que se dão ao luxo de dizer que ninguém lhes penhora nada. Ora, tendo eles valores que até se dão ao luxo de impor ao Estado as regras, que eles entendem., qual é o papel da CGD ? Se fosse um cidadãoque devesse à CGD alguma prestação da casa já lhe tinham penhorado e posto na rua. Meus senhores, temos de ser frontais e claros ! Enquanto tivermos estes canalhas; seja como empresários, políticos ou gestores ( iguais ao senhor que vai ser presidente da, dita cuja, CGD ) não vamos a lado nenhum. E eu pergunto ao Sr. Presidente da República que tem dado o ser parecer sobre tudo......o que acha ele desta canalhice ? Não acha Sr. Presidente que isto representa um enorme insulto ao povo ? Como pode um governo pedir sacrifícios aos que trabalham se estes canalhas fazem este tipo de afirmações ? Uma vergonha !!!!
  • jose Guilherme
    23 nov, 2016 Lisboa 18:49
    Ca.ixa g depositos???? Se fosse a dever ja me tinha vindo buscar o que fosse " ate o penico " mas este patrióta , nao

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