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​A versão de Pedro Dias: “Uma senhora sargento ameaçou-me de morte”

11 nov, 2016 - 22:12

Suspeito nega ser o autor dos crimes de Aguiar da Beira e diz que foi alvo de "uma perseguição de morte”.

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Pedro Dias entrega-se à polícia. 28 dias de fuga em 270 segundos
Pedro Dias entrega-se à polícia. 28 dias de fuga em 270 segundos

O suspeito dos crimes de Aguiar da Beira não falou perante o juiz, mas em entrevista à RTP antes de se entregar contou a sua versão. Pedro Dias garante que está inocente, há muitos “equívocos” e que chegou a ser ameaçado de morte por um elemento da GNR.

“Uma senhora sargento ameaçou-me de morte. Disse que eu corria risco de vida. Foi no dia 11 [de Outubro]. Mal recebi essa chamada estava a ser baleado no alto [da Serra] da Freita”, disse Pedro Dias na entrevista transmitida, na íntegra, esta sexta-feira à noite.

“A vontade dos agentes e dos populares era muito animalesca. Cheguei a estar metido num depósito de água de plástico e eles- os GNR – diziam: é hoje, temos de matar esse indivíduo porque nos está a dar trabalho a mais.”

Acusado da morte de um militar da GNR e de um civil, conta que a sua intenção, desde o início, era entregar-se às autoridades, mas só o fez ao fim de um mês e em directo na televisão por recear “levar um tiro”.

“Desde o primeiro dia que decidi vir para a minha família e entregar-me. Não o fiz antes porque mal cheguei ao alto da Freita foi recebido com uma rajada de G3. Fui perseguido como um animal. Cheguei a ouvir comentários a dizer que me iam matar. De civis inclusive. Era uma perseguição de morte”, sublinha Pedro Dias, de 44 anos.

Aquele que foi o homem mais procurado do país durante um mês clama inocência e nega a autoria das duas mortes, dos feridos e dos roubos.

Questionado se assume os crimes, diz que o GNR que o interpelou na madrugada de 11 de Outubro “terá coisas para dizer”. “O senhor GNR poderá facilmente responder-lhe a isso”, disse mais à frente.

O cenário de ser condenado à pena máxima não lhe passa pela cabeça. “De maneira nenhuma, não acredito numa coisa destas. Acredito que conseguirei provar que há aqui muitos equívocos”.

Pedro Dias argumenta que não fugiu, esteve sempre na zona de Arouca e Vila Real, e que apenas tentou “sobreviver”.

Nesta entrevista à RTP, descreve-se que é “uma pessoa que quer dar exemplo aos filhos, que deve assumir e enfrentar as coisas sem fugir delas”.

Ao país deixa uma mensagem final: “Espero que não entrem membros da Al-Qaeda a fazer diabruras no nosso país pequenino, que facilmente fariam se estivessem no meu lugar”.

Pedro Dias entregou-se à Polícia Judiciária na passada terça-feira, 8 de Novembro. Optou por não falar perante o juiz do Tribunal da Guarda e vai aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva, suspeito de dez crimes.

Comentários
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  • pedro
    14 nov, 2016 évora 14:59
    Normalmente existem e tenho conhecimento próprio da existência de forças de segurança que pensam que Portugal é deles e igualmente as leis . A Amnistia Internacional explica o tratamento cruel dessas forças sobre civis em Portugal pelas estatísticas sempre altas . Digo que algo motivou este descalabro e quero que consigam explicar porque um militar pede a carta de condução com a mão direita a segura , ser for direito e depois a mete no bolso da camisa , seria para ficar com a mão livre para empunhar a arma ou dar uma coça ao civil ?
  • Opinião
    14 nov, 2016 Mogadouro 04:06
    Perante uma ameaça de morte é claro que a reação de qualquer individuo é proteger-se . fugindo ou escondendo-se.Todo o individuo é inocente até ser julgado. Quantos e quantos polícias são expulsos por cometerem crimes. Os advogados defendem os seus clientes , mesmo os maiores criminosos. Os seus honorários variam mediante a complexidade dos casos. Essa regra não se refere só a Portugal , mas a todo o mundo.Muitos deles são noticiados na comunicação social. É evidente que um processo como este com manifesta gravidade tem um prazo para reunir todos os elementos de prova . Os advogados de defesa como é prática corrente apresentarão todos os elementos necessários à defesa do seu cliente . O julgamento surgirá em que o juiz decidirá com imparcialidade. Depois disto caso assim o entendam os advogados poderão apresentar recurso. Perante a sua complexidade o caso tornou-se mediatizado nos jornais, televisão e quer se queira quer não os advogados que conduzem o processo são automaticamente incluídos na mediatização.
  • Indignado
    13 nov, 2016 Porto 22:46
    É vergonhosa no mínimo a entrevista!!! Então a Dr.ª Mónica Quintella ainda se dá ao luxo de dizer que há certos crimes dos quais não defende, não patrocina, por exemplo, os sexuais!! Então e os de homicídio que são os mais graves, irreversíveis,condenáveis e censuráveis, mesmo na moldura penal...! O direito mais sagrado é a vida, daí que o C. P., penaliza com penas máximas esses crimes. E falam do coitadinho..! E os que já estão enterrados e suas famílias a sofrer, ninguém comenta? Se ele diz estar inocente, então onde está o homicida? É algum extra-terrestre de Marte? Ou foi a GNR, que sequestrou, roubou, matou o próprio colega, mais a morte do condutor do Opel Astra, e no homicídio na forma tentada da sua mulher...!!! Mais o Jipe Land-rover, que por caso foi parar a uma garagem no meio de um silvado, imagine-se, por um fantasma...! Então muito cuidado, que o verdadeiro assassino deve andar à solta!! Sou Jurista e como não quero protagonismo, nem defender este tipo de criminosos, repugna-me os Advogados em causa, não pedirem escusa como defensores, muito menos aceitarem de livre vontade o patrocínio!!! Se fossem os seus familiares, filhos pais, etc, reagiam da mesma forma!! É que parecer nos media e em casos mediáticos, dá um impacto muito positivo, para se ganharem uns bons euros...! Não se vê um criminoso, seja político ou outro a assumirem os seus actos e confessarem. Srs. Juízes façam verdadeira justiça! Quem não deve não teme!
  • Pieidge
    12 nov, 2016 Santarém 23:06
    Realmente, não sei se ele é culpado ou inocente. De qualquer das formas, ele esteve mal nessa parte da entrevista. O título está errado. A srª Sargento, não o ameaçou de morte. De acordo com o que Pedro dias, afirmou na entrevista da Sandra Felgueiras, na RTP 1, no Sexta ás 9, é que, essa Sargento avisou-o a dizer que havia colegas a querer matá-lo. A ser verdade, ela até foi sua amiga e «fofinha». A questão é que na entrevista, na 1ª vez ele disse o nome da Sargento, e a Sandra Felgueiras voltou a fazer a mesma pergunta mais tarde, nessa entrevista, e ele disse que já não se lembrava do nome dela. Ora a meu ver, se foi verdade, que essa Sargento lhe telefonou, para lhe proteger a vida, ele devia ter dito desde sempre que não se lembrava do nome dela, porque agora, se for preciso, vão abrir um inquérito interno, e ela talvez fique estragada com a sua vida profissional, até á reforma. E ao que parece, o Land Rover foi mesmo emprestado, o proprietário, só fez queixa, para não parecer que ajudou o Pedro Dias.
  • artur
    12 nov, 2016 lisboa 19:51
    ha ja aqui uma contradicao na entrevista que ele deu quando diz uma gnr ameacou me de morte --ela disse me que minha vida corria perigo --entao ela ameacou ou avisou --se ameacou ou avisou o que fazia ele naquele lugar armado e com um carro que segundo li nao estava em nome dele--nao sou juiz mas um dia fui preso inocentemente eu estava armado com uma astra 6,35 legalizada e nao dei um tiro no policia pelo contrario entreguei lhe a arma antes de ele saber que eu estava armado porque que nao deve nao teme ele diz fui recebido com uma rajada de g3 sera que o tipo da gnr que tinha a g3 era vesgo pergunto porque usei a g3 na guine e sei que so o super homem se safa de uma rajada de g3 e acho que ele e realamente um super homem porque para acertar sempre na cabeca e preciso muito treino ou entao prova que e um assassino nato que mata por prazer porque em vez de atirar para a cabeca podia atirar para as pernas mas como digo nao sou juiz compete aos juizes investigar e julgar quanto aos advogados nem comento porque um advogado e um mercenario do dinheiro e nao um defenssor da verdade e da justica
  • Maria
    12 nov, 2016 Aveiro 17:50
    Tinha medo de levar um tiro? Por acaso poderia ter levado, sim..de algum cacador desportivo, coitado do "suspeito". Os senores advogados esqueceram
  • Miguel
    12 nov, 2016 lisboa 17:13
    Só o apanharam porque ele se entregou, e não matou mais se é que foi ele... Porque não quis. Isso ficou bem claro.
  • Joaquim
    12 nov, 2016 Paris 13:11
    Ele só tem razão uma coisa, se estado islâmico quiser entra dentro do nosso país como se nada fosse, visto que ele andou a monte 28 dias entre Arouca e Vila Real onde está a segurança do povo português é preciso rever este tipo de situação para não voltar a repetir.
  • Joao Magalhaes
    12 nov, 2016 Lisboa 11:52
    O essencial continuamos sem saber, qual o motivo? Ele está claro é um covarde que não assume o que fez, sempre com respostas esquivas, é óbvio que foi ele que matou estas pessoas agora não entendo ou entendo o porquê de ele não dizer o que interessa, sem dúvida que está a tentar fugir à responsabilidade e não ser preso.
  • fernando
    12 nov, 2016 Braga 09:49
    Fique surpreso com duas situações deste caso; 1º A jornalista dizer que viu essa pessoa de consciência tranquila, não sabia que lia consciências. 2º Fui perseguido como um animal. Será que um animal fazia o que ele fêz? Eu acho que não por isso trataram-no melhor do que ele tratou as outras pessoas porque essas apanharam prisão perpétua sem nada fazerem . Que a justiça seja feita.

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