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Síria. Ajuda humanitária em risco depois de bombardeamento em Alepo

20 set, 2016 - 10:50

Especialista em Relações Internacionais considera urgente a intervenção de um país que possa incutir alguma confiança aos intervenientes no conflito e introduza alguma imparcialidade.

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Testemunha descreve ataque a comboio de ajuda humanitária na Síria
Testemunha descreve ataque a comboio de ajuda humanitária na Síria

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A Cruz Vermelha Internacional e as Nações Unidas anunciam a suspensão temporária do envio de ajuda humanitária para a Síria, em virtude dos bombardeamentos de terça-feira à noite na região de Alepo.

Os alvos foram um armazém de alimentos do Crescente Vermelho e uma coluna de veículos carregados de ajuda humanitária.

O presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Peter Meaurer, diz que o ataque terá sérias repercussões no trabalho humanitário no país.

Da parte das Nações Unidas, dizem que a entrega de ajuda humanitária através de colunas de veículos ficará suspensa até que haja garantias de segurança para os seus voluntários.

A ONU já considerou os bombardeamentos um ultraje e avisa que, se tiverem sido voluntários, representam um crime de guerra.

O ataque ocorreu horas depois do anúncio do fim do cessar-fogo que tinha sido decretado há uma semana e acordado entre Estados Unidos e Rússia. As duas partes têm revelado dificuldades em entender-se, o que não tem facilitado a implementação de tréguas na região.

“Talvez seja o momento de pensar que, provavelmente, EUA e Rússia não estão na melhor posição para continuar a liderar um processo negocial em busca de paz” na Síria, afirma à Renascença a especialista em Relações Internacionais Lívia Franco.

“Há limites evidentes e há esta questão da desconfiança contínua que marcou a tentativa de estabelecer tréguas desde o primeiro dia”, explica.

Na opinião desta professora da Universidade Católica, as negociações de paz na Síria devem ser lideradas por uma parte que, além de influência política, “permita gerar confiança entre as partes”.

“Não estou a dizer que Estados Unidos e Rússia devam ser completamente afastados, porque isso é impossível, mas de facto tem de haver aqui a participação de outras partes que tenham um estatuto de imparcialidade”, sustenta.

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