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Imobiliárias dizem que os mais ricos têm truques para não pagar novo imposto

15 set, 2016 - 15:15

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária garante que a classe média vai ser a mais penalizada pelo novo imposto que tributa património imobiliário com valor superior a 500 mil euros.

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O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), Luís Lima, considera o novo imposto sobre o património com valor superior a 500 mil euros um "ataque em força à classe média, mesmo que pareça um ataque aos proprietários mais ricos", e a "declaração da morte do mercado arrendamento urbano".

Várias associações que representam o sector imobiliário criticaram esta quinta-feira a proposta de um novo imposto para o sector, que será progressivo e aplicado em paralelo com o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) a proprietários com património avaliado acima dos 500 mil euros.

Luís Lima considera que os mais ricos não terão dificuldades em contornar a nova lei.

"Os únicos que não serão afectados são precisamente os ricos, que têm a capacidade de distribuir o respectivo património por titulares, colectivos, diversificados, de modo a que nunca seja atingido, por acumulação, o valor patrimonial tributável que vai ser castigado fiscalmente", considera Luís Lima.

Uma vez que quem investe no imobiliário aposta sobretudo em arrendar o património, o responsável previu que com a confirmação do novo imposto desapareçam do mercado as "pequenas casas utilitárias, que constituíam a oferta mais procurada do mercado de arrendamento".

Assim, eventuais interessados em arrendar vão "arriscar a compra com todos os riscos do endividamento excessivo e da excessiva taxa de esforço", conclui.

O dirigente indica que proprietários com segundas habitações serão penalizados por este novo imposto, que se juntará ao "aumento dos valores do IMI que se verificarão em Abril do próximo ano", depois da actualização dos coeficientes de localização e nas alterações de zonas para efeitos de avaliação fiscal.

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  • Miguel Botelho
    16 set, 2016 Lisboa 12:48
    Se os mais rico têm formas de contornar a lei, então para que servem as queixas de Maria de Luís Albuquerque, Leitão Amaro, João Almeida, Carlos Abreu Amorim e Joaquim Leitão (da Associação de Proprietários)? Qual a ideia de chamar «classe média» à «classe rica» de um país? A estupidez da direita deste país não tem limites.
  • dr Xico
    16 set, 2016 Lisboa 11:20
    E o BE, diz o quê?? a esta noticia, os mais ricos vão contornar a lei... tenham juizo e vão mas é receber os impostos dos vigaristas que fogem ao fisco todos os dias do ano: vão aos cabeleireiros de esquina, oficinas, restaurantes, pastelarias, comércio e serviços em geral , ninguem passa recibo, (o meu cabeleireiro há 2 meses que diz que o programa para passar recibos está avariado) quem controla estas actividades? Metam mais fiscais nas ruas, se não tem, requalifiquem funcionários publicos que não tem nada para fazer. PAREM COM OS IMPOSTOS NÓS JÁ NÃO AGUENTAMOS MAIS.
  • V Mendes
    16 set, 2016 Ourém 09:35
    Conheço pessoas que tem património total superior a 500.000€ e nem por isso são ricas. As chamadas "Heranças envenenadas", às quais não é possível recusar. É o caso de terrenos, ou imóveis devolutos, difíveis de vender. Muita gente tem terrenos, etc por herança e nem por isso é rico, nem pertence à classe alta. E ter um terreno que vale 100.000€ é muito diferente de ter 100.000€ na conta do banco, porque provavelmente, ninguém quer comprar aquele terreno por 100.000€. Esta medida é injusta nesse sentido
  • rosinda
    16 set, 2016 palmela 02:46
    quem se lixa e o mexilhao!
  • A Martins
    15 set, 2016 Braga 22:58
    Ei! há aqui tanta gente com pena dos "pobres" que têm património imobiliário superior a 500 mil euros, quando 50% dos portugueses não são abrangidos pelo IRS, por não terem rendimentos para isso e mais de 600 mil trabalhadores auferem o salário mínimo nacional. Alguns precisavam de mergulhar na pobreza, para saberem como elas mordem e como é a vida de um pobre.
  • José Silva
    15 set, 2016 Lisboa 22:56
    Quem é verdadeiramente rico coloca a casa em nome de offshores, sociedades com sede no estrangeiro, imobiliárias, etc. Este suposto imposto para os ricos é apenas mais uma confirmação da esperteza saloia que define a geringonça.
  • Carlos Silva
    15 set, 2016 Porto 21:42
    Estes ainda são piores que o Passos Coelho. Será isto tudo aquilo que sabem fazer? Impostos, mais impostos sobre impostos? Esta geringonça não tem qualquer imaginação nem habilidade para fazer desenvolver realmente o país? Tirem o dinheiro todo aos cidadãos e vão ver que a economia afunda-se em três tempos.
  • Leo
    15 set, 2016 Portugal 20:48
    Claro que já se percebeu que é esse o resultado de sermos governados por 8% em comandita com 5%. Muitos dos ricos a sério, os tais que o PC e BE querem atingir, até não possuem nada em nome deles. Pagam um aluguer a empresas sediadas em offshores, das quais que ninguém conhece os accionistas, mas que se suspeita quem são. Como manda a tradição, os atingidos serão, na sua maioria, a classe média e média-alta, por conta de outrem, a qual já está devidamente 'espremida'. Aqueles 8% e 5% sabem isso perfeitamente.
  • Roberto
    15 set, 2016 W.W.W. 20:25
    Quem é titular de um imóvel ou de vários imóveis com o valor total superior a 500 mil euros não pertence à classe média. Essa pessoa é rica, e por isso, não atirem areia para os olhos dos pobres.
  • Rui Pereira
    15 set, 2016 Almada 18:46
    A única política dos governos continua a ser a de procurar impostos para retirar dinheiro ao povo português: depois da exposição solar (afinal não temos todos um lugar ao Sol) é a acumulação de património. Se fosse a eles juntava um imposto sobre a precipitação (afinal a água é um bem essencial), sobre o ar que respiramos, etc. Lamentável a falta de politicas para verdadeiramente enriquecermos o País, ou se as há, então porque estamos todos cada vez mais pobres?

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